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Cyndi Lauper brilha tanto que ‘Girls Just Wanna Have Fun’ vira só um ‘acessório’

Cyndi Lauper brilha tanto que ‘Girls Just Wanna Have Fun’ vira só um ‘acessório’

Cantora fez show emocionante no Palco Mundo

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Cindy Lauper brilhou no Rio (Roberto Filho/Brazil News)

A cantora Cyndi Lauper, uma das estrelas desta sexta (20) do Rock in Rio, atraiu dois públicos para o Palco Mundo: fãs à espera de um segundo grande momento após o show de Ivete Sangalo e jovens que viveram momentos de excitação com a sensação sul-africana Tyla minutos antes no Palco Sunset.

O show anterior ao da nova iorquina foi simples e insosso e permitiu um novo momento no festival por meio da voz rebelde da cantora dona de hit maioral na história do pop: “Girls Just Wanna Have Fun”.

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E, ali, nao eta só o blazer xadrez que brilhava, como havia prometido, mas também uma sede por palco, por se comunicar com fãs igualmente sedentos por música —e não por playback.

Com 30 minutos de show, Cyndi já havia entregado tudo, como se “Girls Just Wanna Have Fun” fosse acessório. A potência vocal da cantora, o carisma, a vitalidade pareciam não precisar de validações como prêmios da MTV ou de algum artifício simpático para ganhar a plateia.

E assim foi construindo um show perfeito de festival, daqueles que ganham os incautos e satisfazem as bocas secas por músicas do coração. Quem sabia dançar, viu “Change of Heart”, “Rocking Chair” e a abertura com “The Goonies ‘R’ Good Enough” transformarem o gramado artificial do PalcoMundo em pista de dança.

Teve solo de bateria, teve solo de flauta, teve violão tocado com uma só mão e, acima de tudo, houve música de festival.

Se duas horas antes foi culpa de Ivete Sangalo o aumento da temperatura em uma micareta absurda no mesmo palco, foi Cyndi quem continuou tudo.

“Cyndi! Gostosa!” gritavam alguns enquanto ela estranhava as pessoas passando pela tirolesa do festival, logo antes do hitzaço “Time After Time”.

É curioso porque para muitos, ali, era a primeira vez de frente com a cantora —pela sexta vez no Brasil. Para muitos marinheiros de primeira viagem, Cyndi estava carimbando o passaporte deixando muito claro o que é “show de festival” e que a barra do conceito vai subir para esses.

Isso tudo em menos de uma hora de show. “Eu percebi que estou falando inglês, mas não se preocupem, é tudo nonsense”, disse antes de abraçar uma bandeira do Brasil e descer na galera. Fez as contas? Flauta, hits, elegância, muita voz, mais hits, vibes, bandeira do brasil e farra com o público. Ainda faltava “Girls Just Wanna Have Fun” e ninguém parecia querer muito esse momento porque sinalizaria o fim do sonho de assistir a um headliner.

Mas, acima de tudo, já havia muita música. O carisma, fundamental, esteve o tempo todo cantando muito no mesmo corpo de 71 anos da artista.

E é uma delícia assistir a um momento desse. Pelo entretenimento, claro, e também pelo desbunde de gerações em um mesmo ambiente. Se, geralmente, o tempo afasta novos e velhos, Cyndi intermediou um ponto de encontro.

Ah, mais hits: “True Colors” anunciou que o blazer tinha cartas na manga para além do brilho charmoso e extravagante. E, não menos importante: um caminho de para a apoteose que seria a supracitada música que segurava a catarse. “Não tenha medo, eu vejo suas cores reais brilhando por dentro”, ela cantou e a plateia retribuía a mesma letra em direção ao palco para uma cantora que foi punk, pop, rock, que cantou sobre masturbação feminina (“She Bop”) e, por fim, tornou-se senhora de seu próprio destino.

Por isso, anunciou seu maior hit sem medo de dizer que tem orgulho de cantar essa música porque ela é sobre diversão, mas também sobre direitos e, principalmente, sobre saúde mental.

Absurdo. E fez-se micareta.

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