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Como Mariana Spinelli se tornou uma jornalista esportiva especialista em Taylor Swift

Como Mariana Spinelli se tornou uma jornalista esportiva especialista em Taylor Swift

A apresentadora conta como a presença da cantora quebra preconceitos no esporte

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Taylor Swift e futebol americano. Apesar de hoje esses nomes aparecerem em incontáveis manchetes pelo planeta, há seis meses atrás, elas não passavam de torcidas rivais quando o assunto era cultura. No entanto, com o relacionamento digno de comédia romântica, protagonizado pela superestrela, e uma das estrelas do time Kansas City Chiefs, Travis Kelce, esses dois mundos se fundiram em uma supernova pra lá de inusitada.

Esse fenômeno não abalou somente os sites de fofoca, que tem um novo casal de celebridades para emplacar histórias. Mas realizou os sonhos nunca antes imaginados por Mariana Spinelli, apresentadora de 26 anos do programa “Sportscenter”, da ESPN, que viu seus mundos colidirem, ao se conseguir se tornar “especialista” em sua maior ídola da música, ao vê-la integrando os jogos de futebol americano na NFL, e se tornando um tópico frequente em suas coberturas.

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Primeiro quarto

A mineira, que é filha de jornalistas esportivos, sempre viu o lado da profissão que o afastava do glamour, com plantões de madrugadas, e muito trabalho. Mesmo assim, sua paixão pelo esporte a aproximou desse ramo de jornalismo, e ao conseguir um estágio na ESPN, se jogou nesse mundo. “Eu entrei na pandemia sendo efetivada no canal, mas não sabiam se eu ia ficar como repórter ou apresentadora. Fiquei aqueles anos trabalhando de casa. Quando sai, já me tornei apresentadora do canal, era outro mundo”, conta em entrevista à Billboard Brasil.

Um fato curioso é que além do esporte, seu amor pela música e a cultura pop quase a levaram para o jornalismo de entretenimento, mas esse ramo foi afastado após a oportunidade de estágio esportivo se apresentar primeiro. Mesmo tendo que escolher um caminho, Mariana sempre fez questão de trazer referências da cultura pop em jogo quando possível, ou até fazendo procurando como encaixar uma entrevista com a cantora Lauren Jauregui, ex-Fifth Harmony, para o canal –spoiler, ela conseguiu.

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Mesmo sabendo os momentos certos para promover o crossover entre esses mundos, Mari revelou que colegas de profissão já tentaram podá-la por não seguir, de certa forma, o escopo do jornalismo esportivo tradicional, o que foi refletido por opiniões de telespectadores mais conservadores. “Tiveram pessoas que tentaram me encaixar em uma caixa que não era minha. Só porque eu faço um jornalismo com mais leveza, é muito diferente de promover desinformação, é apenas um jeito diferente de se comunicar. Essa nova geração se comunica de uma forma completamente diferente, não posso ficar retida ao que costumava ser feito”, conta.

O touchdown Swift

As oportunidades de crossover da cultura pop com o esporte feito pela jornalista foi apenas o “aquecimento” para o que viria a seguir. Quando, em junho de 2023, o tigh end do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, revelou em seu podcast com o irmão, o também jogador de futebol americano, Jason Kelce, que havia tentado entregar uma “pulseirinha da amizade” com seu número para a cantora. Mesmo com a tentativa falha, no final de setembro, Taylor compareceu a um de seus jogos pela primeira vez e, eventualmente, o romance entre a dupla foi confirmada.

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Taylor Swift celebra durante primeiro tempo do jogo entre Kansas City Chiefs e Las Vegas Raiders no Arrowhead Stadium.(Denny Medley-USA TODAY Sports)

Com Taylor se tornando uma figurinha confirmada em todos os jogos do time, Mariana foi cada vez mais convocada a comentar sobre a cantora durante os jogos, afinal, tinha um repertório sobre o futebol americano, e pela cantora. Os conteúdos também envolveram vídeos explicando quem era Taylor para os fãs da NFL, e quem era Travis para os “swifties”. As gravações foram parar nos principais fã-clubes da cantora no país.”Os dois lados receberam o vídeo super bem. Olhava as páginas no Twitter repostando e pensando que maluquice. Quando eu imaginaria que poderia fazer esse crossover no meu trabalho? Afinal, eu ouço Taylor todo dia indo para o trabalho. Coloco uma playlist com todas as músicas dela, e deixo no aleatório. Vivi os dias de caos nos shows do Rio de Janeiro, e em São Paulo também”, confessa.

No jogo que definiu a ida dos Chiefs para a final do Super Bowl, a jornalista cobria uma concentração de fãs do time na Roda Rico, em São Paulo, e depois da vitória do time, decidiu pedir no improviso para pedir que colocassem uma música de Taylor para embalar a comemoração. A escolhida foi “Shake It Off”, do álbum “1989”, e a mistura entre o mundo de Taylor e de Travis foi tanta, que a jovem até recebeu uma “pulseirinha da amizade”, marca registrada da “The Eras Tour”, com o sobrenome do jogador.

Além da repercussão divertida, Mariana ressalta a importância da presença de Taylor nos jogos para um motivo ainda mais nobre. “O esporte, muitas vezes, exclui de forma violenta as mulheres e pessoas LGBTs da conversa. Quando eu via amigos que se afastaram do esporte porque não se enxergavam ali, eu me sentia muito incompetente. Mesmo achando que não é necessário um fator de cultura pop para aproximar essas pessoas para a conversa, quando a Taylor entra no futebol americano, faz muita gente ter um ponto de conexão, e ver que o esporte pode ser divertido. Seja o que for o motivo de alguém se apaixonar pelo esporte, que bom que você está aqui. Bem-vindo. A presença [dela] também ajuda a quebrar o estigma de algo que é muito relacionado com a Taylor, sobre a feminilidade, o ‘ser menininha’, que, na teoria, é o oposto do esporte. O que não é verdade”, afirma.

E acrescenta: “Recebi muitas mensagens de meninas que chegaram até o futebol americano recentemente, me pedindo para explicar como funcionava o esporte com exemplos de cultura pop. Expliquei, por exemplo, que o Patrick Mahomesquarterback do Chiefs, é a estrela do jogo, como se ele fosse a Taylor. Já Travis Kelce, é sua dupla indispensável, como o produtor da cantora, Jack Antonoff“, se diverte. “Além disso, muitas mulheres me escrevem afirmando que tenho o ‘emprego dos sonhos’, e perguntam como chegar até aqui, aumentando um interesse do público feminino no jornalismo esportivo.”

Swift Bowl

Na semana que coroa o grande vencedor da NFL, Mariana assume um quadro especial só falando de Taylor Swift no SportsCenter, programa o qual apresenta. Na última sexta-feira, ela falou sobre a cantora ao participar de uma live especial sobre o Super Bowl, que acontece amanhã (11), às 20h30.

A jornalista arrisca seus palpites para a grande noite no campo, e no que pode acontecer em suas arquibancadas. “Eu acho que o Chiefs leva sim, além dos motivos da Taylor, mas sim vendo o desempenho deles durante o campeonato”, afirma, e acrescenta sua opinião sobre a misteriosa presença da cantora para apoiar o companheiro. Vale lembrar que Taylor estará em Tóquio um dia antes da final, o que dificultaria sua ida para Las Vegas. “Eu acho que ela vai conseguir ir sim, ela tem a vantagem de estar horas a frente graças ao fuso horário. Estou torcendo para isso. Depois que acabar a temporada, eles tem alguns meses de férias, e em setembro retornam. Espero que meus pais voltem noivos, e eu continue sendo especialista de Taylor”, brinca torcendo sobre o placar do que o futuro aguarda nos jogos da vida.

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