Como as diss tracks de Kendrick Lamar e Drake impactaram o streaming
Briga entre rappers mostrou como os fãs do gênero consomem música (e tretas)
A briga entre Kendrick Lamar e Drake tomou forma da maneira mais tradicional do rap: através das diss tracks. Diss vem do inglês disrespect. Ou seja, uma diss track é, ao pé da letra, uma música de desrespeito. Arma muito usada por rappers para atacar os coleguinhas durante uma briga pública.
Mas além de fomentarem uma tensão entre dois dos maiores nomes do rap atual, as faixas movimentaram o streaming do mundo, e seus resultados mostraram dados interessantes de como os fãs do gênero consomem as diss tracks, e como isso reflete no catálogo de cada cantor.
Segundo dados da Luminate, empresa que compila e analisa dados da indústria do entretenimento e fornece os dados para os charts da Billboard Brasil, a batalha de diss tracks capturou a atenção do público norte-americano. Enquanto os Estados Unidos estava mais focado na troca musical de provocação entre Drake e Kendrick, o resto do mundo estava consumindo mais músicas do catálogo dos dois.
O streaming do catálogo de Drake nos Estados Unidos normalmente representa 58,9% de participação. Destacando as diss tracks, a participação dos Estados Unidos nos streams de Drake aumentou ligeiramente para 60,1%.
Quando o assunto é Kendrick Lamar, os números mostram um aumento muito maior. Em 2024, o catálogo do rapper vinha tendo seu catálogo consumido quase em pé de igualdade pelos EUA (com 50,7%) em comparação com o restante do mundo (49,3%) –isso sem contar com as diss tracks.
As diss tracks lançadas por ele mostram uma audiência muito mais focada nos Estados Unidos, com a participação do streaming no país dessas músicas sendo de 62,2%, um aumento de 11,5 pontos percentuais.
Os resultados mostram que os fãs de hip-hop e rap nos Estados Unidos presentes nos streamings estão fortemente envolvidos com seus artistas favoritos. As pesquisas da Luminate revelam que eles têm +36% mais probabilidade de concordar com a afirmação “as opiniões dos artistas são importantes para mim” quando comparados ao ouvinte médio de música dos Estados Unidos, e têm +28% mais probabilidade de afirmar que “gosto de acompanhar a vida pessoal de um artista”. Esses resultados fazem sentido, tendo em vista que os fãs norte-americano acompanharam a troca de farpas da primeira fileira dos streamings.