Carnaval RJ: Ifá, Alujá… entenda termos dos sambas deste domingo
Glossário ajuda a compreender termos usados nos enredos das escolas de samba


Muitas escolas de samba têm enredos ligados à cultura e religiosidade afro-brasileira, que possui termos e simbologia própria. Algumas escolas, como a Unidos de Padre Miguel e a Imperatriz Leopoldinense, divulgam glossários sobre os temas que abordarão sobre o desfile, porém, a prática não é unânime.
Para orientar os leitores que irão acompanhar os desfiles da Sapucaí neste domingo (02/03), preparamos um guia com todos os termos de origem afro-brasileira incluídos nos sambas-enredos das quatro escolas do Grupo Especial que desfilam no dia de hoje. Confira!
G.R.E.S. Unidos de Padre Miguel
Egbé Iyá Nassô
Axé – Assentamentos de orixás depositados nos altares; força que sustenta os terreiros de candomblé
Agô – Pedido de licença
Adê – Coroa
Alafin – Título do Rei do Império de Oyó
Ayrá – Orixá do Candomblé dos raios e do vento, um dos companheiros de Xangô
Ayrá Ponon Opukodê – “Assim Ayrá ficará muito feliz”, uma saudação à Ayrá.
Dankô – Orixá Senhor dos Grandes Bambuzais
Egbé – Comunidade
Iyá – Mãe
Kaô Kabecilê Xangô – “Venham saudar o Rei Xangô!”, uma saudação à Xangô.
Oòrún – Sol
Oríkì’s – Saudações aos Orixás e frases portadoras do Axé
Orun – Céu
Òsùpá – Lua
Oxê – Machado de duas pontas, símbolo de Xangô
[Império de] Oyó – Estado iorubá que existiu no século XIV e que ocupou parte do território onde hoje é a Nigéria.
Oyó-Ilé – Capital do Império de Oyó.
G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense
Ómi Tútú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón
Acaçá – Comida feita à base de milho ou arroz
Adê – Coroa
Alafin – Título de nobreza, o “senhor” ou “rei” do palácio
Axé – Assentamentos de orixás depositados nos altares; força que sustenta os terreiros de candomblé
Babá – Sacerdote das religiões afro-brasileiras
Babalaô – Sacerdote dedicado ao culto de Ifá
Ebó – Oferenda, sacrifício
Ebô – Prato preparado com milho branco cozido sem tempero
Exu – Entidade considerada o mensageiro entre os humanos e os orixás.
[Orixá] Funfun – Cor branca. Refere-se às entidades que usam essa cor, como Oxalá
Ibá – Cabaça
Ifá – Orixá da adivinhação e do destino
[Senhor de] Ifón – Pai da criação
Itã – Relatos míticos, lendas da cultura Iorubá
Ijexá – Além de batizar um ritmo, é um rito na liturgia do candomblé
Nagô – Povo originário de Nigéria, Benin e Togo. Pode referir também às pessoas de origem africana que foram escravizadas e falavam yorubá.
Odú – Conceito do culto de Ifá, significa destino
Oní sáà wúre, awúre, awúre – Trechos de uma das cantigas mais cantadas no candomblé. Significa “Senhor da Existência, boa sorte e bênçãos”
Orí – Cabeça, lugar que abriga os orixás
Orinxalá – Um dos orixás Funfun
Oxalá – O pai de todos os orixás
Quartinha – Moringa, pote de barro para água potável
Xangô – Orixá da justiça, dos raios e do trovão
G.R.E.S Unidos do Viradouro
Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos
Alujá – Toque de atabaque específico de Xangô
Catiço – Termo utilizado para se referir a uma entidade ou orixá
Catimbó – Outro nome que recebe a Jurema
Exu Trunqueiro – Entidade religiosa de origem afro-indígena, manifestação sagrada de Malunguinho. O termo “trunqueiro” faz referência à abertura de portas das quais Malunguinho possui a chave sagrada.
Jurema [Sagrada] – Religião sincrética que agrega elementos indígenas e africanos
Kaô – Saudação em reverência à Xangô
Malunguinho – João Batista, líder quilombola do Catucá no século XIX. Na Jurema Sagrada, tornou-se uma entidade que se manifesta como Exu Trunqueiro, Caboclo e Mestre.
Malungo – Título pelo qual se tratavam reciprocamente os escravos africanos vindos na mesma embarcação.
Sobô nirê mafá, sobô nirê – Saudação ao Reis Malunguinho
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira
À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões
Arerê – Pode se referir tanto à festa, comemoração, quanto briga, algazarra.
Bantus – Plural de “muntu”, que significa “pessoa”. Conjunto de povos localizados no centro-sudoeste da África. Foram a maioria dos negros escravizados enviados para o Rio de Janeiro.
Camatuê – Termo usado para definir cultos afro-brasileiros de origem Jêje, Yorubá ou Bantu.
Kaiango – Divindade Do Candomblé de Angola associada ao fogo e aos ventos
Kalunga – Representa grandeza e imensidão. Pode designar a morte, o mar (kalunga grande) e cemitérios (kalunga pequena).
Malungo – Título pelo qual se tratavam reciprocamente os escravos africanos vindos na mesma embarcação.
Matamba – Divindade dos ventos, raios, tempestades e fertilidade da mitologia bantu. É equivalente a Iansã no candomblé.
Pembelê – Saudação do candomblé bantu Angola
Zambi – Chefe de quilombo. Na umbanda, é o nome dado à divindade suprema, o Deus criador.
Zungus – Nas línguas bantus é interpretado como “buraco”, “toca” ou “casa de angu”. Eram habitações coletivas, cortiços, muito importantes para escravizados e libertos do Rio de Janeiro no século XIX.