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Bruno Martini, do hit ‘Hear Me Now’, investe em selo eletrônico com Rick Bonadio

Bruno Martini, do hit ‘Hear Me Now’, investe em selo eletrônico com Rick Bonadio

Produtor brasileiro agora é A&R em selo criado com o produtor, também seu sogro

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Bruno Martini: DJ, produtor do assobio brasileiro mais ouvido no mundo e, agora, A&R do próprio selo

O assobio produzido por Frankie Knuckles em The Whistle Song” fundou a house music e, de quebra, abriu precedentes para que um DJ brasileiro caísse no choro ao ver 18 mil macedônios entoando um outro assovio. Era “Hear Me Now”, parceria de Bruno Martini com Alok e Zeeba. Meses antes do tal show na Macedônia, ele ouvira de um executivo da indústria que “música eletrônica no Brasil com letra em inglês nunca vai dar certo”. Agora, responsável artístico do próprio selo, Bruno quer evitar que outros produtores ouçam suposições como essa.

A emoção de ver a tal música eletrônica brasileira com refrão em inglês cantada na Macedônia marcou o produtor. “Um lugar de cultura totalmente diferente da nossa, para onde eu nunca imaginei viajar. Não conseguia dormir de tão feliz. Fiquei no festival e fui para a galera!”, conta, relembrando o momento no festival Ohrid Calling, que junta mais de 50 mil espectadores entusiastas de fórmulas como a que deu certo em “Hear Me Now”.

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Hoje responsável pelo próprio selo, a Beeside Records, Bruno segura a onda para não soar assertivo sobre como algo deve ou não funcionar, ainda que saiba que uma dessas fórmulas do sucesso no mainstream é a grana.

“A gente não sabe o que dá certo ou não. Quem fala que sabe está mentindo. A galera fala ‘põe dinheiro, arruma um investidor’. Óbvio que o dinheiro é importante, mas acredito muito na música. O primeiro passo para conhecer um artista é ouvindo a música e o outro é entender o que é o tal do ‘acontecer’. Tem que faça pela arte, pelo dinheiro, mas você precisa ter o objetivo claro na cabeça”, reflete o executivo do selo, criado em sociedade com o sogro, Rick Bonadio, produtor de nomes como Mamonas Assassinas e Charlie Brown Jr.

Com 14 anos, Bruno passou, por baixo dos panos, um CD com composições próprias para um engenheiro de som amigo de seu pai, Gino Martini, o guitarrista do Double You. Por sua vez, o engenheiro de som, que estava em estúdio com o pianista grego Yanni, deu play em uma das faixas em um dos intervalos de gravação. O empresário do pianista —que já havia trabalhado com Justin Timberlake— se interessou pelo que ouviu. Em pouco tempo, ele faria de Bruno um protagonista no Disney Channel, no programa musical adolescente “College 11”.

Gino, que queria que o filho se formasse em engenharia, tiraria sarro da situação tempos depois. “Ele me disse: ‘Ainda bem que você não seguiu meus conselhos'”, dedura Bruno. “Mas acho que ele estava certo [risos]. Estudo nunca é demais e me deu muita disciplina. Era uma loucura. Eu dormia, sei lá, 1h da manhã, acordava às 4h, chegava às 6h na faculdade e meio-dia já estava gravando e decorando texto na Disney”, relembra.

Recentemente, Bruno regravou “Sambassim”, de Fernanda Porto, música que, no início dos anos 2000 girou em rotação alta pelas rádios do país, como se drum’n’bass, gênero nascido na Inglaterra, fosse tão nosso quanto o futebol. Passados 20 anos, o Brasil tem em Alok, Bruno e Zeeba um trio referência em um mercado muito mais comercial

Antes de estourar, “Hear Me Know” nasceu como um indie-rock, pensada para um álbum de Zeeba com produção de Bruno. O maior astro da música eletrônica brasileira, então, entrou com algumas sugestões e com o peso do nome Alok.

“A gente conquistou uma coisa e eu tenho muito orgulho de falar isso, abrimos muitas portas. Portas que já haviam sido abertas pelos DJs Marky e Patife lá atrás, mas a gente chegou junto”, analisa. Se o drum and bass abriu as portas para um eletrônico mais popular, Bruno quer que seu selo cumpra o mesmo papel.

“Lembro das dificuldades que a tínhamos de conseguir lançar uma música e ter, minimamente, uma estrutura, um estúdio. Eu sei que, hoje, muitas pessoas fazem música no laptop —eu também faço.  Mas sou sempre a favor de o DJ estudar, aprender, evoluir e entender o processo. A gente teve um boom da música eletrônica no Brasil e criar algo em áudio é um processo que evoluiu muito”, finaliza.

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