Como Charli XCX transformou o ‘brat’ no álbum queridinho do ano
Sucesso do disco é destaque na #12 edição da Billboard Brasil
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Desde 1999, a Pantone, empresa especializada em cores, elege qual será o tom do ano seguinte. Em 2023, a aposta para 2024 foi “Lip Shine”, algo meio perto de um pêssego, mas mais clarinho. Talvez você possa ter visto algo assim em uma marca de maquiagem ou em roupas de lojas de departamento, mas, se passou um tempinho nas redes sociais ou em baladas queer espalhadas por aí, a cor que dominou foi outra. Definida pela própria Pantone pelo código 375, o verde-limão meio enjoativo, difícil de olhar, tornou-se agora o verde “brat”, nome do sexto álbum da britânica Charli xcx.
A palavra descreve uma pessoa festeira, que lida com crises nervosas e fala coisas bobas (como descrito pela própria cantora!). Antes do lançamento, ela postou nas redes sociais que daria início à “semana brat”, talvez sem imaginar que iria transformar 2024 no seu ano. Poucos dias antes de o disco sair, ela explicou as escolhas rebeldes para a capa, a cor e tudo o que tinha preparado para esse trabalho. “Precisava ser realmente antipático e nada legal”, disse em entrevista à Billboard. Para além da capa do disco, Charli resolveu colocar esse espírito de rebeldia nas letras. Ela canta a respeito de dúvidas sobre a fama, inveja de outra mulher (essa mulher sendo a Lorde, a propósito), usar droga na balada e como ser simpático, às vezes, pode custar uma facada nas costas. Temas que já passaram por tudo quanto é tipo de conversa de bar.
“Eu não queria nenhuma metáfora. Eu queria que o álbum fosse como ter uma conversa com um ouvinte de um jeito sincero. Eu poderia dizer [tudo aquilo] para você no banco de trás de um táxi a caminho da balada” Charli XCX para a Billboard
Mesmo não querendo ser “legal” com esse trabalho, Charli conseguiu com o “brat” algo que ainda não tinha visto acontecer: seu nome se tornar um dos mais desejados da cena musical. Até então, ela já havia conseguido fazer seu trabalho se sobressair. Talvez, inclusive, você a conheça pelas faixas “Fancy”, parceria com Iggy Azalea, e “Boom Clap”, lançadas entre 2014 e 2015 e favoritas dos DJs de festinhas pop espalhadas pelo mundo inteiro na época.
Agora, com seu verde subversivo, Charlotte Emma Aitchison, nascida em Cambridge, na Inglaterra, encontrou o topo. Aclamada pelo público, com as faixas entre as mais ouvidas do mundo nos charts da Billboard; reconhecida pela crítica, com impressionantes nove indicações ao Grammy 2025, incluindo na principal categoria da premiação, álbum do ano; adorada pelo povo, que usou o verde-limão sem cansar em tudo quanto é canto, transformando a estética do disco no “verão brat”. Ela virou até tema de campanha presidencial nos Estados Unidos, com Kamala Harris se autointitulando “brat”. O nome do disco foi até mesmo destacado como a palavra do ano pelo dicionário Collin.
Para o público brasileiro, o “brat” também teve um gostinho especial. Charli escolheu uma balada com capacidade para 500 pessoas na Barra Funda, em São Paulo, para fazer o primeiro show do disco. “É uma das nossas musas”, contou Rafa Maia, dono da ZIG, o espaço que recebeu a britânica. “Acompanhamos a carreira dela há quase 10 anos, com festas especiais e sempre que um lançamento surge.” Leila Oliveira, presidente da Warner Music Brasil, vai além sobre a importância que o país teve na popularização do disco: “Todo esse movimento [nas redes sociais e entre os fãs] notadamente saiu do Brasil, e foi tomando o mundo num comportamento viral.”
Sendo esse viral obra nossa ou não, em 2024, nosso verde foi brat.