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Blocos do Rio enfrentam dificuldade para desfilar; Bangalafumenga está cancelado

Blocos do Rio enfrentam dificuldade para desfilar; Bangalafumenga está cancelado

Cordões reclamam de evasão de patrocínio após medidas da Prefeitura

Os blocos do Carnaval de rua do Rio de Janeiro estão enfileirando posts no Instagram para anunciar cancelamentos e mudanças de última hora causadas por dificuldades de acordo com a Prefeitura municipal. Um dos mais famosos, o Bangalafumenga decidiu não botar o bloco na rua em 2025.

“Com muita paz, convicção e coragem”, começava o post do bloco criado por Chacal (poeta, autor de “Relógio”, sampleado pela dupla Sofi Tukker), Rodrigo Maranhão (compositor, autor de “Caminho das Águas” e “Recado”, gravados por Maria Rita). “[…]avisa que o próximo cortejo, em novo modelo, será no Carnaval de 2026”. Durante o comunicado, o grupo chama o modelo oferecido pela Prefeitura de “asfixiante”.

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Com certo loteamento da festa, a Prefeitura do Rio de Janeiro conseguiu atrair patrocinadores para eventos oficiais em locais pela cidade. No entanto, reclamam os blocos, os recursos das marcas começaram, com isso, a evadir das planilhas dos blocos e migrarem para eventos do município. Sem conseguir bancar suas atividades, os blocos estão pedindo arrego.

No Rio de Janeiro, o custo para levar um bloco de médio a grande porte custa em torno de R$ 350 mil a R$ 450 mil.

Em 2022, a RioTur chegou a dizer que não havia “tempo hábil” para organizar o carnaval de rua, o que levou a foliões e blocos o entendimento de que a Prefeitura aposta fichas na possibilidade de marcas serem responsáveis pela estrutura de um bloco de rua —tornando a rua um espaço inviável para blocos que não possuem tal aporte.

A prefeitura publicou uma portaria que afirmou que, segundo a Riotur, ampliava as possibilidades de patrocínios aos blocos carnavalescos. Segundo o orgão, a medida tornava mais clara as regras que permitem a captação de patrocínio direto para os blocos de rua regularizados. A publicação destaca que os projetos precisam ser previamente aprovados pela entidade municipal, podendo sofrer veto parcial ou total. Segundo a Riotur, a medida já ajudaria na captação de 2025.

No começo de 2025, o presidente da Liga Carnavalesca Amigos do Zé Pereira concedeu entrevista ao InfoMoney —veículo que dizia, no texto, que o modelo era “encarado como uma vitória para os fazedores do carnaval de rua do Rio”. Disse Rodrigo Rezende: “Agora teremos liberdade para trazer outras marcas que queiram patrocinar blocos específicos, afinal o Rio é uma grande vitrine para todo o Brasil.”. As “outras marcas” não apareceram para “patrocinar blocos específicos”.

O Fundição dos Blocos, que aconteceria na segunda-feira de carnaval também foi cancelado. Outros dois previstos para terça-feira, não irão mais desfilar: o bloco gospel Mocidade Dependente de Deus e o Aki Pra Você da Ilha do Governador.

Batuquebato também reclama da condução do Carnaval pela Prefeitura

Esperando para esquentar o batuque na Praça XV, o bloco percussivo Batuquebato, uma das gratas revelações do Carnaval da cidade, reclama que lhe foi tirado o local de desfile e, por consequência, sua licença para ali tocar ficou inutilizável. “Encontramos diversos tapumes ao redor de toda a área e imediatamente comunicamos à Riotur,, que se informou junto a subprefeitura que um ‘evento privado ocuparia toda a praça também durante o Carnaval’. Com seis dias para o Carnaval, nossa autorização não tinha valor algum e não tínhamos um local para desfilar”, explica.

“Ter um bloco legal no RJ não é pra amadores, mesmo que você seja profissional e jogue de acordo com as regras. A Escola de Ritmos Batuquebato trabalha 10 meses por ano, formando novos ritmistas, prezando pela cultura do tambor e samba, levando um tema/homenagem e samba enredo inédito para as ruas ano após ano”, disse o bloco após confirmar o desfile na Praça Tiradentes, no sábado (02).

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