‘Bebê Rena’: Netflix admite que verdadeira Martha não foi condenada por perseguição
Série virou um dos maiores sucessos da plataforma em 2024
“Bebê Rena”, série de sucesso da Netflix, segue envolvida em polêmica. Dessa vez, a Netflix admitiu que a verdadeira Martha não foi condenada por perseguição.
Segundo o site “Deadline”, Martha, identificada como a advogada escocesa Fiona Harvey, apenas recebeu uma ordem judicial por suas interações com Richard Gadd –o criador da série anunciada como uma “história verdadeira”.
A admissão veio em uma carta ao Comitê de Cultura, Mídia e Esporte do Parlamento Britânico, depois que um legislador questionou as evidências que a Netflix forneceu aos parlamentares durante uma audiência no início deste ano.
A carta da Netflix não foi divulgada até agora.
Comparecendo perante o comitê em maio, Benjamin King, diretor sênior de políticas públicas da Netflix no Reino Unido, disse que “Bebê Rena” era uma “história real do horrível abuso” sofrido por Gadd “nas mãos de uma perseguidora condenada”.
John Nicolson, que foi membro do comitê até este ser dissolvido para as eleições no Reino Unido, escreveu mais tarde à Netflix exigindo provas para apoiar a afirmação de King, dado que “os jornalistas até agora não conseguiram encontrar um registo da condenação a que se referiu”.
Em uma carta de resposta, King afirmou então que a mulher em que Martha foi baseada não foi condenada. A suposta condenação por perseguição está no centro das questões enfrentadas pela Netflix na justiça.
Em “Bebê Rena”, Martha (interpretada por Jessica Gunning) é retratada como se declarando culpada de perseguição e sendo condenada à prisão. Desde que foi identificada, Fiona Harvey negou as acusações e processou a Netflix por difamação.
Em sua ação judicial federal de Los Angeles movida em junho, a advogada afirmou que a série a retratava como “uma perseguidora condenada duas vezes e sentenciada a cinco anos de prisão”. Ela argumentou que era “a maior mentira da história da televisão”.
O surgimento da carta da Netflix aos legisladores do Reino Unido ocorre dias depois de Richard Gadd apresentar uma declaração judicial em apoio aos esforços da Netflix para anular o processo de Fiona Harvey.
Um dos argumentos centrais do ator foi que Fiona não é Martha. “Como todos os personagens da série, Martha é uma personagem fictícia com traços de personalidade fictícios muito diferentes dos de Harvey”, ele argumentou.
No início deste mês, “Bebê Rena” se consolidou como um dos maiores sucessos de 2024 ao conseguir 11 indicações ao Emmy, incluindo melhor série limitada ou antológica.