Baco Exu do Blues diz ser muito mais que um corpo bonito cantando sobre sexo
Em 'FETICHE', cantor trouxe debate sobre hipersexualização
Baco Exu do Blues está feliz e cansado. Feliz por desenvolver seu mais novo EP, “FETICHE“, exatamente da maneira que gostaria: com um conceito bem definido e explorando ritmos.
O cansaço vem pela definição de homem gostoso que canta sobre sexo. Não que isso, por si próprio, seja um problema. Porém, ele não quer ser resumido a isso.
“O que me incomoda é não ser colocado no lugar de outras qualidades. As pessoas se esquecem que sou inteligente também, por exemplo. Não é que eu quero que as pessoas fiquem ‘meu Deus, que cara horrível’. Mas tenho outras camadas”, disse, em entrevista para Billboard Brasil.
A estreia do seu EP foi um sucesso nas plataformas de streaming e chegou a ocupar o TOP 10 Global do Spotify na primeira semana.
Estudo
Em “FETICHE“, Baco buscou um conceito baseado na etimologia da palavra, que tem relação com desejo e luxúria. Para isso, diz ter estudado e consultado pesquisadores do tema.
Acompanhando as redes sociais, ele diz que entende os elogios que recebe pelo seu corpo, mas que acredita ser importante o debate sobre hipersexualização de corpos negros.
Já parou para perceber que as pessoas negras que ascendem as pessoas falam: e sem dinheiro e sem a fama, será que ele conseguiria isso ou aquilo. Parece que o desejo atribuído a gente não é genuíno. Existe a hipersexualização de corpos negros, não tem como negar. Dentro disso, você vai colocando que a única coisa é aquele corpo. E isso é uma forma de castração, porque você nunca terá outras qualidades. E meu parceiro, eu tenho o resto das qualidades”.
Sexo, sexo e mais sexo
Por falar em luxúria, fãs e haters do apontaram para como o autor explora o sexo nas suas composições, aumentando a frequência do tema nos últimos trabalhos.
De início de conversa, Baco diz que quem só enxerga isso no seu trabalho está “condicionado”, já que suas obras, segundo ele, têm uma gama muito maior de assuntos.
Além disso, o cantor aponta que, mesmo dentro da temática, ele dá aula.
“Faz um teste: pegas as minhas letras completas e entregue a um professor de literatura e converse com ele. Isso eu me garanto. Posso ser ruim em várias coisas, mas nisso eu me garanto”.
