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Após “dia do rock”, Marina Sena dá banho psicodélico-tropical com obra de Gal

Após “dia do rock”, Marina Sena dá banho psicodélico-tropical com obra de Gal

"Meu nome é Marina", recitou em show-homenagem à cantora que morreu em 2022.

Marina Sena solta a voz para abrir o último dia de The Town (Taiz Dering/Billboard Brasil)

Não era dia de Obaluaê, de quem Gal Costa era filha, mas havia, neste domingo (10), último dia de The Town, momento para se bater cabeça. A cantora e compositora Marina Sena levou o repertório de Gal ao palco The One com gostinho de cogumelo em tarde de sol quente no Autódromo de Interlagos. Como é de praxe nos festivais desse porte, os melhores momentos de rock quase nunca são das bandas do gênero. Respeitando arranjos psicodélicos da obra da cantora, Sena fez valer a tradição.

“Eu acho que temos conexões de outras vidas”, disse a cantora segundos antes do rasgo de “Brasil”, canção de Cazuza cantada por Gal em episódio em que ficou marcada por ter mostrado os seios em show no Rio de Janeiro, em 1994. Marina homenageou Gal também pelo peito, abrindo memórias ao público e mostrando-se muito emocionada. Outra canção que comoveu a platéia foi “Mamãe Coragem”, gravada em 1968, no clássico “Tropicália Ou Panis Et Circencis”, álbum abre-alas da “Tropicália”, movimento em que Gal Costa destacou-se pela voz rasgada e empolgação atemporal com compositores.

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Em um mini-palco montado em cima do palco em que se apresentava, Marina Sena fazia-se presente pelo carisma (e deslumbrante visual arejado, cabelos com luzes em castanho), é claro, mas principalmente pela voz que alegrou uma tarde abafada de sol quente e rasgou (um pouco) a ansiedade pelo headliner Bruno Mars. No palco (e no mini-palco), a cantora fez de tudo: correu, sentou, contou histórias, sentiu o vento no corpo enquanto deslizava suas mãos pelo umbigo durante a execução de “Lágrimas Negras” e, finalmente, fez a platéia urrar “Marina! Marina!”, bem antes de o show terminar. Marina disse que “era o show mais importante da vida dela” e que, Gal Costa, foi quem a tirou do interior do norte de Minas Gerais.

Marina Sena canta Gal Costa em show de abertura do último dia de The Town. (Foto: Agência Brasil)

Um dia após ao “dia do rock” do festival, a cantora provou, como sempre, que o rock é mais do que pose. Na noite anterior, MC Dricka já tinha construído um abismo de atitude em cima do palco com seu funk falando de política, mulheres negras e “sapatonas” — alguns minutos depois de Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas, cantar a, contraditoriamente anemica, “O Sol” com Vitor Kley. Ainda deu tempo para uma homenagem meta-performática na qual interpretando “Meu Nome É Gal”, Marina duelou em luta de notas com a guitarra, como registrado na gravação contida em “Gal Tropical”, de 1979, na qual Gal “luta” contra as guitarras de Robertinho do Recife. É lógico, geral delirou.

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