De Black Sabbath aos Beatles, as músicas prediletas do Jesus Cristo de ‘The Chosen’

Jonathan Roumie fala de suas preferências musicais

387092910 882170076808743 1140213673847781248 n

Jonathan Roumie, o Jesus do seriado "The Chosen": fã de Beatles e rock pesado (Divulgação)

Rádio, essa caixa mágica de onde saem músicas e notícias, foi criado no fim do século 19. Mas para o ator norte-americano Jonathan Roumie, que interpreta Jesus Cristo em “The Chosen”, o nazareno daria um jeito de escutar suas canções favoritas antes de a eletricidade ser criada. “Ele poderia sintonizar na rádio Século 1 para curtir músicas com percussão e quartetos de cordas”, brinca o ator da série, em entrevista para a Billboard Brasil.

Roumie é o protagonista de um dos maiores fenômenos da história recente do streaming. Bancada por meio de financiamento coletivo, “The Chosen” tem, entre seus principais méritos, a humanização de Jesus e seus apóstolos. O Messias faz piadas; o apóstolo Mateus faz parte do espectro autista e Pedro tem um quê de malandro.

O que esperar do documentário sobre Luísa Sonza?

A série foi assistida por mais de 390 milhões de pessoas no mundo inteiro. O sucesso foi tão grande que a Netflix comprou as três primeiras temporadas. A mais recente empreitada dos produtores foi levar a história de Jesus e seus apóstolos para o cinema –os dois primeiros episódios do quarto ano estão sendo exibidos na tela grande. Hoje, aliás, estreiam o terceiro e o quarto episódios nas telas. “O fato de ser uma série permite que eu explore certas particularidades da vida de Jesus”, diz Roumie. “É, certamente, o meu mais importante trabalho como ator.”

A música tem um papel importante na vida de Roumie, um nova-iorquino de 49 anos. Além de ator, ele é baterista. “Minha mãe me contou que eu adorava batucar nas panelas de casa”, diz ele. O primeiro kit profissional chegou quando tinha sete anos –e vinha decorado com um pôster do trio australiano de música pop Bee Gees. Quando atingiu a idade adulta, Roumie tocava em bandas locais e por pouco não atingiu o estrelato. “Participei do disco de um cantor chamado Joe Tizzio. Mas a gravadora dele faliu assim que o álbum chegou às lojas”, confessa.

Jonathan/Jesus gosta de rock, inclusive de bandas que já foram acusadas de atentar contra o Senhor. “A primeira canção que aprendi na bateria foi ‘Iron Man’, do Black Sabbath”, diz ele. O Iron Maiden também fazia parte do repertório que ele tocava nos bares ao redor de Long Island, em Nova York. “A gente vivia à espera de um contrato de gravação que nunca chegou”, comenta. Roumie também é um compositor de certo talento. Sete anos atrás, ele colaborou em “UNBREAKABLE”, EP de Donna McCaul, uma ex-competidora do “The Voice” norte-americano. É ele o autor de “Outta Time”, uma bela balada folk.

https://www.youtube.com/watch?v=qS2cCyx7nM0

A seleção musical de Jonathan Roumie para a Billboard Brasil é composta de discos e filmes musicais que têm feito parte de seu dia-a-dia. “Por exemplo, eu tenho escutado muito ‘Let it Be’, dos Beatles.” Outras escolhas se dão por causa da junção perfeita entre música e imagem. “‘Stop Making Sense’, registro do show dos Talking Heads, é incrível. Eu acho que ele foi feito pelo Jonathan Demme, não?”, pergunta. Outra escolha? “This is Spinal Tap”, de Rob Reiner, sobre uma banda fictícia de heavy metal –e cujos bateristas simplesmente evaporam durante as performances ao vivo. “Embora não seja um filme muito simpático aos profissionais da bateria, eu me divirto com ele. Porque existe uma união verdadeira entre humor e música.”

Jesus também adora bateristas que, como ele, fazem autênticos milagres. Entre seus favoritos estão Dave Weckl, da banda de Chic Corea, e Steve Gadd (um monstro dos estúdios que atualmente toca com Eric Clapton). “Recentemente, vi Gadd ao vivo. O sujeito está com 80 anos e ainda toca horrores”, anima-se. E, claro, Stewart Copeland, do Police. O que nos leva a pergunta: Jesus está pronto para tocar aquelas passagens complicadas de bateria de Copeland? “Não, nem pensar”. Pois é, certas tarefas nem as divindades são capazes de realizar.