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Uriah Heep: Você não gosta de mim, mas o público gosta

Uriah Heep: Você não gosta de mim, mas o público gosta

Uriah Heep, banda detestada pelos intelectuais da crítica, faz turnë brasileira

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Uriah Heep Leading PressPhoto Credit Richard Stow scaled

Em junho de 1970, quando o quinteto inglês Uriah Heep estreou no mundo da música com o álbum “Very ‘Eavy, Very ‘Umble”, ele foi saudado pelo seguinte comentário da jornalista Melissa Mills, da revista “Rolling Stone”. “Se essa banda fizer sucesso, eu me suicido. São um Jethro Tull de quinta categoria”, escreveu ela, comparando os novatos ao lendário grupo inglês de rock progressivo.

Pouco se sabe sobre a carreira de Melissa Mills depois da “Rolling Stone”. Mas o Uriah Heep vai bem, obrigado. Eles lançaram recentemente o bom álbum “Chaos & Colour” e no início de dezembro fazem apresentações em Curitiba e São Paulo (mais detalhes abaixo). E até hoje se divertem com a ameaça da jornalista. “Mais do que o suicídio, foi engraçado ela nos comparar com o Jethro Tull. Ninguém aqui toca flauta”, diz o guitarrista e líder Mick Box, único remanescente da formação original do grupo.

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Natural de Londres, o Uriah Heep é a quarta força do rock pesado britânico dos anos 1970  –os três primeiros, claro, são Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Curiosamente, todos foram malhados, de forma impiedosa, pela crítica vigente naquele período. 

Uma das explicações mais plausíveis é que o jornalismo musical era algo relativamente novo no universo pop. O surgimento da “Rolling Stone”, no final dos anos 60, coincide com o momento em que o rock’n’roll ganhou letras mais cerebrais –as de Bob Dylan, por exemplo– e bandas com guitarras no talo e letras que falavam de ocultismo e diversão eram consideradas um insulto. As críticas, contudo, não limitaram ao Uriah Heep. Black Sabbath, Led Zeppelin, Beatles e até David Bowie foram impiedosamente massacrados.

De volta à banda de Mick Box… Uma das suas principais qualidades está justamente em seu poder de mutação. Os discos iniciais trazem um rock pesado influenciado pelo jazz, passou pelo rock progressivo, pelo pop e hard rock. No Brasil, um de seus discos mais famosos é “Abominog”, de 1982, que se aproximava mais do rock de arena americano.

“A intenção era essa, tanto que trazemos um cantor e um tecladista mais identificados com o som de arena americano. A gente entrou na parada e excursionou ao lado das principais bandas do gênero”, diz Box. O guitarrista, contudo, não pensa em retomar a sonoridade ou algum integrante de outras formações. “Eu não vivo do passado, quero olhar sempre para frente.”

O mais recente álbum do Uriah Heep, “Chaos and Colour”, teve como inspiração os tempos de pandemia. “Por isso que ele tem o caos no título e as cores são representadas pela música, que surge como uma espécie de salvação”, explica o músico. Um dos destaques é “Silver Sunlight”, canção de pegada psicodélica, e “Hurricane”, que chega a flertar com o heavy metal melódico.

Mas o repertório de “Chaos & Colour”, no entanto, não será prioridade nas apresentações brasileiras do Uriah Heep. É um show comemorativo, as pessoas esperam pelos clássicos do grupo –entre eles “Easy Livin'”, “July Morning”, peças obrigatórias nos bailes de rock dos anos 1970. E existe alguma possibilidade do grupo pendurar as chuteiras em breve? “Não, nada disso. Eu quero tocar até o dia em que perceber que não tenho mais condições”, revela Box. Por essa você não esperava, Melissa Mills.

SERVIÇO

09/12 – CWB Hall, em Curitiba

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10/12 – Tokio Marine Hall, em São Paulo

www.eventim.com.br

 

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