Sepultura vai acabar e anuncia turnê de despedida com início em março
Grupo é um dos principais produtos de exportação do heavy metal brasileiro
O quarteto Sepultura reuniu a imprensa nesta sexta-feira (8) num hotel de zona sul de São Paulo para anunciar sua turnê de despedida. A partir de 1º de março de 2024, em sua Belo Horizonte natal, a banda embarca na turnê “Celebrating Life Through Death” (veja as datas). A série de shows passará por capitais brasileiras e países da Europa, além dos Estados Unidos. Depois, os integrantes vão trilhar caminhos separados.
“Estamos no melhor momento da história da banda “, garantiu o guitarrista Andreas Kisser. “A carreira do Sepultura teve várias finitudes. Não queria ver a banda com briga ou por ficarmos velhos demais”, completou o músico, dizendo que as conversas sobre o fim do Sepultura vinham acontecendo há dois anos.
“Celebrating Life Through Death” vai gerar um disco, com faixas gravadas ao vivo.
A bem sucedida trajetória do Sepultura
O Sepultura é o maior produto musical de exportação ao lado de Carmen Miranda e Tom Jobim. Surgido em 1984, em Belo Horizonte, ele tinha em sua formação inicial os irmãos Max e Iggor Cavalera (guitarra e vocais e bateria, respectivamente), o baixista Paulo Jr. e o guitarrista Jairo Guedz.
Sua estreia em disco se deu no ano seguinte com o EP “Bestial Devastation”, dividido com o também mineiro Overdose. Guedz deixou a banda em 1987.
No mesmo ano, o Sepultura lançou “Schizophrenia”, que marca a entrada do guitarrista Andreas Kisser. O álbum mostra uma mudança de rumos musicais do quarteto. O som cavernoso dos discos iniciais deu lugar a um andamento mais acelerado. “Schizophrenia” chamou a atenção da gravadora americana Roadrunner, que os chamou para integrar seu cast.
Os trabalhos da fase internacional do Sepultura –entre eles os celebrados “Chaos A.D.”, de 1993, e “Roots”, de 1996– chamaram a atenção pela mistura de rock pesado e gêneros musicais brasileiros e frequentaram as paradas de sucesso dos Estados Unidos (o popular Top 200 da Billboard).
O Sepultura sobreviveu a diversas mudanças em sua formação. As principais foram a saída de Max, em 1996, e de Iggor, em 2006. Os irmãos, aliás, criaram o grupo Cavalera Conspiracy, onde recriam, em discos e em shows, momentos antológicos do quarteto. Em sua formação atual, o Sepultura traz Kisser, Paulo Jr. o vocalista norte-americano Derrick Green e o baterista Eloy Casagrande.