Por que Selena Gomez é a Mulher do Ano no Billboard Latin Women in Music?
Seu sucesso na música, na atuação e no ativismo são celebrados com o prêmio
Selena Gomez canta e dança no ritmo das batidas do premiado musical “Emilia Pérez”, onde interpreta Jessi Del Monte, uma mulher rebelde em uma jornada de transformação radical. Sua atuação comovente — ao mesmo tempo crua e revigorante — revelou um novo lado da estrela de 32 anos nas telonas. E esse é apenas um dos marcos mais recentes da sua carreira. Em uma indústria que frequentemente tenta rotular as pessoas, Selena é uma figura camaleônica que redefine, constantemente, o que significa ser uma potência global atualmente.
Nos últimos 12 meses, a norte-americana, recebeu uma indicação ao Globo de Ouro como melhor atriz coadjuvante por “Emilia Pérez”; ganhou um prêmio do Sindicato de Atores (SAG) por seu trabalho na série “Only Murders in the Building”; seu álbum “I Said I Love You First”, lançado em março com seu noivo Benny Blanco, estreou em 1º lugar na lista Top Album Sales da Billboard, tornando-se o quarto álbum número 1 de Gomez nessa classificação; e, por meio do seu Rare Impact Fund, ela segue trabalhando para aumentar o acesso dos jovens à saúde mental.
Nesta quinta-feira (24), ela será homenageada como Mulher do Ano na cerimônia Billboard Latin Women in Music.
VEJA TAMBÉM: A linha do tempo do relacionamento de Selena Gomez e Benny Blanco
Acredito que, cada vez que as mulheres se apoiam e mostram solidariedade, isso realmente é algo belo e importante”, diz Selena Gomez à Billboard.
“Devo dizer que ser homenageada no Billboard Latin Women in Music é incrivelmente especial para mim. Minha herança mexicana é algo que me influenciou ao longo de toda a vida, e não perco de vista o quão importante é a representação. Ao longo dos anos em que estive fazendo isso, algumas das mulheres mais solidárias da indústria do entretenimento que conheci foram outras mulheres latinas. Amo o vínculo que todas nós compartilhamos.”
A cantora nasceu nos Estados Unidos, no entanto, mas possui ascendência mexicana, graças a sua família paterna. Inclusive, em 2021, ela lançou o EP “Revelación” para celebrar suas raízes latinas.
Ícone Pop
Nomeada em homenagem à sua compatriota texana, a lendária Selena Quintanilla (1971-1995), Gomez alcançou a fama como atriz infantil em “Barney e Seus Amigos” aos 10 anos e, posteriormente, estrelou a série do Disney Channel “Os Feiticeiros de Waverly Place”, interpretando a feiticeira adolescente Alex Russo.
Mas talvez sua carreira como artista musical tenha consolidado seu status de ícone pop, com 42 entradas na Billboard Hot 100 de todos os gêneros e sete álbuns no top 10 do Billboard 200, incluindo três No. 1. Embora tenha gravado principalmente em inglês, Gomez sempre manteve uma conexão com suas raízes, e gravar em espanhol parecia quase inevitável.
Seu primeiro grande sucesso na música latina chegou em 2019, graças à sua colaboração em “Taki Taki” de DJ Snake, ao lado de Ozuna e Cardi B. A faixa estreou no topo da Hot Latin Songs em 2018 e liderou durante 13 semanas. Desde então, Gomez colocou três sucessos adicionais no top 10 desse ranking, incluindo “Baila conmigo”, sua colaboração com Rauw Alejandro, que alcançou a posição No. 4 em 2021 e liderou o chart Latin Airplay por uma semana. Essa colaboração faz parte do “Revelación”. O projeto estreou no No. 1 do Top Latin Albums, fazendo história como o primeiro de uma artista feminina a alcançar essa façanha desde “El Dorado”, de Shakira.
“Nunca me concentro realmente em estatísticas e paradas, mas quando ouço algo assim, tudo o que sinto é orgulho. Shakira é um ícone e alguém que sempre admirei, e eu a amo muito”, diz ela. “Fazer um álbum em espanhol era algo que eu queria fazer há muito tempo. Ao longo dos anos, lançava uma versão em espanhol de alguma música de um álbum, mas ter um projeto completamente em espanhol era algo que significava muito para mim. Trabalhei bastante para garantir que homenageasse minhas raízes latinas, tanto pela música quanto pela estética de todos os visuais.”
Navegar por uma identidade bicultural, especialmente uma que possui um duplo padrão (você deve se adaptar e aprender inglês, mas também dominar o espanhol), é algo que até mesmo Selena Quintanilla enfrentou em seus primeiros anos. Naquela época, Quintanilla precisou aprender a falar e cantar em espanhol para ser aceita no México.
Ativismo
Selena Gomez também se orgulha do seu trabalho como ativista, sendo uma voz na defesa da saúde mental e da justiça social para comunidades sub-representadas. Em 2019, foi produtora executiva de “Realidade Não Documentada”, uma série documental da Netflix que abordou de maneira comovente a crise migratória nos Estados Unidos. Ela também transformou o cenário da saúde mental juvenil, mobilizando mais de 20 milhões de dólares em fundos com parceiros filantrópicos em cinco continentes.
“No final das contas, acredito que é importante ouvir sobre os temas que você se importa, seja famoso ou não. Não é para os fracos de coração, porque você se expõe e, acredite, haverá muitas opiniões sobre ter a coragem de dizer algo”, conta.
“Lembro-me de quando decidi me abrir sobre minha própria saúde mental; foi assustador ser tão vulnerável e nunca quis que ninguém pensasse que sou uma vítima. Achei que, ao compartilhar minha própria história, poderia ajudar os outros, e aceitarei qualquer opinião negativa que viesse com isso, porque vejo o panorama mais amplo de como as conversas sobre saúde mental mudaram.”
Ver essa foto no Instagram
[Esta entrevista/lista foi publicada originalmente na Billboard Latin. Leia a matéria em espanhol aqui.]
