Salgueiro: “É como se fosse a Champions do mundo do samba”, diz Dudu Nobre
Escola foi a terceira a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial
A Acadêmicos do Salgueiro, escola tradicional da zona norte do Rio nove vezes campeã, levou para a avenida o enredo “Hutukara”, que fala dos povos yanomami. Dudu Nobre, um dos compositores conversou com a Billboard Brasil antes do desfile.
“Pra gente foi um prazer enorme trazer essa luta do povo yanomami para a Sapucaí. É como se fosse a Champions League do mundo do samba. Vai ser inesquecível, um momento histórico e um marco na minha carreira”, disse o artista à reportagem, antes do desfile.
A escola contou a história do povo que ocupa a maior Terra Indígena do Brasil e saiu em defesa dos povos indígenas do Brasil, defendendo a preservação da Amazônia. Mais uma vez, o Salgueiro conta com o carnavalesco Edson Pereira em busca do título que não vem desde 2009.
Através de carros com flores, fantasias que representam os indígenas e exaltação a natureza, Dudu Nobre conta que toda a escola abraçou o tema e que a ideia é colocar o “dedo na ferida”:
“Nos encontramos, fomos escrevendo o samba, e graças a Deus todo mundo abraçou a ideia, o enredo. Colocamos uma coisa bem escrachada mesmo, tocando o dedo na ferida”.
“Hutukara”, na língua dos povos originários, significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”. O desfile da escola servirá também para reforçar a importância da luta pela defesa da Amazônia.
Atualmente, existem cerca de 665 aldeias Yanomami entre Brasil e Venezuela, conforme dados do relatório Território e comunidades Yanomami Brasil-Venezuela do ISA. O relatório conta com a organização de grupos indígenas como a Hutukara Associação Yanomami.