Roberta Miranda alerta nova geração do sertanejo sobre fama repentina
Cantora de 67 anos falou sobre cantores de sucesso do gênero
No TikTok, novos nomes do sertanejo surgiram e tiveram sucesso imediato, como Ana Castela e Luan Pereira. Relembrando toda a trajetória para se tornar a rainha do gênero, Roberta Miranda (a entrevista do mês da nova edição da Billboard Brasil, compre aqui) afirma que seu maior conselho para a nova geração é entender seus objetivos de vida.
“Você quer sua arte ou ser um artista que faz sucesso rápido, faz fortuna rápida e desaparece em cinco anos?”, reflete.
“O caminho que trilhei é muito difícil, mas ele é eterno. Daqui a 200 anos vão ainda cantar minhas canções. ‘Majestade Sabiá’ tem 40 e poucos anos, e já está atravessando gerações. Tive momentos em que titubeei, que estava cansada. Mas a música me tomava de volta, me puxava. A música me salvou de muitas situações e continua me salvando.”
Questionada sobre as tais situações, a cantora faz um alerta para a saúde mental dentro da música. Luísa Sonza, Lucas Lucco, Wesley Safadão e outros artistas já falaram publicamente sobre lidar com ansiedade e depressão devido à rotina intensa de shows e a pressão pelo sucesso.
“É muito dinheiro, flash, tapinha nas costas. É muita coisa para alguém que não tinha nem o que comer, onde dormir. Você vai indo e vai enlouquecendo. Eu parei, me retirei. Tive uma síndrome do pânico terrível uma vez. Minha empresária precisou tirar 43 pessoas do meu avião. A gente fazia 30 shows, cinco em um dia. Hoje eu sou outra pessoa.”
Além dos cuidados com a saúde, a cantora incentiva mais diversidade na nova geração do sertanejo —para além das mulheres. “Temos que trazer negros, drag queens, gays, todos! Porque é uma hipocrisia do tamanho do mundo isso de falar: ‘Ah eu sou do sertanejo, tenho que ser macho comedor, tenho que casar, para não perder as fãs’. Eu fico aqui morrendo de dó, porque ninguém pode ser feliz. A vida é breve! Vai ser feliz!.”