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Ritmista de escola de samba que tocou com Madonna: ‘Minhas pernas tremeram’

Ritmista de escola de samba que tocou com Madonna: ‘Minhas pernas tremeram’

Markinhos, do Paraíso do Tuiuti, participou do show na Praia de Copacabana

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Markinhos, diretor de bateria da Paraíso do Tuiuti, tocou no show de Madonna, no Rio

Se o mundo estava ansioso pelo show de Madonna na Praia de Copacabana, no último sábado (4), o que dizer da bateria mirim que dividiu o palco com ela e Pabllo Vittar na versão batucada de “Music”?

“Recebemos o convite na segunda-feira. Na terça, em nosso primeiro ensaio, estávamos lá tentando criar as coisas e, de repente, ela chega! Fiquei nervoso, minhas pernas tremeram, eu não sei qual foi a minha cara no momento, mas sei que a reação não foi nada natural. Até porque não é sempre que a gente consegue ‘acesso’ cara a cara com Madonna”, conta Marco Antônio Júnior, conhecido como Markinhos.

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Ele tem 29 anos e começou na escola de bateria do Salgueiro aos 7. Hoje, é diretor de bateria do Paraíso do Tuiuti, onde seu pai é mestre de bateria. Foi chamado para ajudar a organizar a bateria de crianças que tocaria com Madonna –além dos pequenos, que vieram de todas as agremiações do Rio, eram necessárias duas pessoas maiores de 18 anos para organizar a festa, e ele foi um dos escolhidos.

À Billboard Brasil, Markinhos contou como recebeu o convite, as interações com Madonna e qual para ele é a importância de um show como aquele no Rio de Janeiro. Leia abaixo.

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Ritmistas que tocaram no show de Madonna, na Praia de Copacabana (Arquivo pessoal)

“Trabalho como agente de saúde e estava indo visitar dois pacientes acamados quando recebi uma mensagem do Gabriel David, atual presidente da Liesa [Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro] querendo que eu fizesse parte desse projeto [no caso, o show da Madonna].

A ideia era ajudar a organizar as crianças e tudo mais. Era necessário um líder com mais de 18 anos em cada um dos lados da passarela para guiar as crianças. Eu era responsável por saber exatamente o momento de entrar, não poderia errar em NADA, senão atrasava a fileira toda. E, além disso, precisava ajudar a tomar conta daquelas crianças que não são fáceis [risos].

Comecei na escola mirim do Aprendizes do Salgueiro com 7 anos de idade. Em 2007, estreei como ritmista no Acadêmicos do Salgueiro, onde virei diretor de bateria e fiquei até 2018. Depois, vivi dois Carnavais como diretor de bateria da Mangueira e, agora, faço parte do Paraíso do Tuiuti, onde estou como diretor desde 2022.

Sempre gostei de música pop e de R&B, sou muito fã de Beyoncé, tipo, extremamente loucamente apaixonado por ela [risos]. Madonna eu conhecia algumas músicas, tipo, “Vogue”, “Like a Virgin” e outras… Mas também quem não conhece esses hinos atemporais?

Recebemos o convite na segunda-feira. Na terça, em nosso primeiro ensaio, estávamos lá tentando criar as coisas e, de repente, ELA CHEGA!

Fiquei nervoso, minhas pernas tremeram, eu não sei qual foi a minha cara no momento, mas sei que a reação não foi nada natural. Até porque não é sempre que a gente consegue ‘acesso’ cara a cara com Madonna.

Ela estava extremamente animada e disse que adorava o som dos chocalhos e dos agogôs. Mas não reagia diretamente para nós. Falava com a produção, e eles nos passavam as informações –até porque muitos ali não falavam inglês, então tínhamos alguém para traduzir tudo para nós. Fomos cada dia alinhando mais, desenvolvendo, deixando tudo bem perfeito para o grande dia!

E quando ele chegou foi uma loucura! Uma emoção que nunca vivemos antes. As crianças estavam nervosas e só se deram conta do tamanho da grandiosidade daquilo quando estávamos arrumados para subir ao palco. Eu conseguia ver o semblante de cada um deles de felicidade misturado com nervosismo, ansiedade, tudo junto.

Saímos de lá querendo voltar e fazer de novo. Redes sociais bombando, muitas marcações, vizinhos elogiando, na escola e no trabalho todos parabenizando…

A Pabllo também foi maravilhosa desde o nosso primeiro encontro, no primeiro ensaio. Sempre que dava uma pausa, as crianças iam tietar, e ela sempre muito acessível. Não podíamos usar celular durante os ensaios, então não conseguimos foto com ela, mas a todo momento supercarismática com todos.

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Pabllo Vittar e Madonna em show no Rio (Manuela Scarpa/Brazil News)

Para mim, o mais importante foi o impacto positivo que um evento como esse pode ter na comunidade e o retorno para economia do Rio de Janeiro. Ao oferecer um show gratuito e acessível para tantas pessoas, Madonna não só celebra a diversidade e a inclusão, mas também proporciona uma plataforma para que diferentes grupos se sintam representados e valorizados. Isso cria um senso de pertencimento e empoderamento, além de promover a mensagem de aceitação e respeito mútuo.

A oportunidade de vivenciar um evento cultural tão significativo e inclusivo pode ser transformadora para muitos indivíduos, independentemente de sua orientação sexual, idade ou identidade de gênero.”

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
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