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‘Rich Men North of Richmond’: a música #1 no Hot 100 que está revirando os EUA

‘Rich Men North of Richmond’: a música #1 no Hot 100 que está revirando os EUA

Canção fala de exploração, impostos e descaso, e foi tomada por conservadores

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Oliver Anthony mora com seus três cachorros em um palmo de terra na cidade de Farmville, na Virgínia, em que pretende criar gados. Mas, de repente, viu uma de suas canções caseiras, “Rich Men North Of Richmond”, bater 50 milhões de views no You Tube, chegar ao #1 no Billboard Hot 100 e se tornar um hino rebelde nos EUA — Anthony se tornou o primeiro cantor a conseguir chegar ao topo do chart sem qualquer histório na lista.

A música, que Anthony afirma ser a primeira que ele já gravou com um microfone profissional, foi amplamente compartilhada online, juntamente com um vídeo do cantor barbudo tocando violão acústico em uma perfomance ao vivo. Postado pelo canal RadioWV, o vídeo acumulou 30 milhões de visualizações em 12 dias.

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Um hino em disputa

Agora, o cantor vê sua composição em uma disputa que honra a polarização política presente em qualquer lugar que esteja discutindo… política. A canção-hino-viral foi tocada, sem seu consentimento, em uma prévia presidencial do partido Republicano. “É engraçado porque estou cantando exatamente sobre as pessoas que estavam naquele palco”, disse o cantor à CNN. “O que me pertuba é ver pessoas conservadoras tentando se identificar comigo como se eu fosse um deles. É agravante ver que certos músicos e políticos estão agindo como se estivessemos em uma mesma luta e falando a mesma coisa”, desabafou.

Com versos de insatisfação com a desigualdade social (como em “senhor, temos pessoas nas ruas, sem nada para comer / e os grandões sugam o bem-estar”)  e com a exploração trabalhista (como em “tenho vendido minha alma, trabalhando o dia todo / horas extras por um salário inútil”), “Rich Men North Of Richmond” também chamou a atenção de uma classe média que se sente sufocada com altas taxas em versos como “porque o seu dólar não vale nada e é taxado sem fim” ou simpática a teorias da conspiração como a que envolve a morte de Jeffrey Epstein, como em “eu gostaria que os políticos cuidassem dos que trabalham em minas / e não apenas dos menores em uma ilha em algum lugar”. A palavra “menores” (“minors”, no original) faz referência a uma suposta “ilha da pedofilia” que nunca conseguiu ser provada.

Mas engana-se quem ache que o cantor é afeito aos rivais daqueles que se apropriaram de sua canção. “Não tenho nada a ver com eles e com Joe Biden”, disse o cantor fazendo referência ao partido Democrata. “É difícil botar uma mensagem da ideologia política que você acredita em três minutos de música e ver algo mudar. Mas eu odeio ver a canção sendo usada como arma. Vejo a direita tentando me caracterizar como um deles. E vejo a esquerda tentando me desacreditar, acho que em retaliação. Isso precisa parar”, criticou o cantor.

“Eu sou só um idiota com um violão”

Anthony, cujo nome completo é Christopher Anthony Lunsford, se tornou também a sexta pessoa a debutar o primeiro trabalho no topo do Billboard Hot 100, atrás apenas de Zayn, Baauer, Carrie Underwood, Fantasia e Clay Aiken. Em um post no Facebook, o cantor disse que não está indo atrás de contratos com gravadoras.

Anthony também respondeu às críticas de que a letra seria um ataque à população pobre. “Algumas pessoas entenderam mal, mas preciso deixar claro que minha mensagem se refere às ineficiências do governo devido aos políticos dentro dele, que estão envolvidos em subornos e corrupção”, alegou. “Nós podemos financiar uma guerra por procuração em um país estrangeiro, mas não podemos cuidar dos nossos próprios cidadãos. É isso que a música está tentando dizer. Ela está apenas dizendo que o governo pega pessoas necessitadas e dependentes e as mantém necessitadas e dependentes”.

“A galera da indústria da música fica de cara com o fato de eu esnobar uma oferta de $8 milhões de dólares. Eu não quero seis ônibus para turnê, 15 trailers ou um jato. Não quero tocar em estádios, não quero estar no centro das atenções. Eu escrevo música porque eu estava sem sanidade mental e com depressão. Essas canções me conectaram com milhões de pessoas em um nível absurdo porque elas estão sendo cantadas e alguém está sentido algo no exato momento em que ouve. Sem edição, sem agentes, sem baboseira. Eu sou só um idiota com um violão”, desabafou.

 

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