Reino do brega e trono do tecnomelody: a realeza paraense se encontra no Psica

Com as mais variadas atrações, o Festival Psica 2025 reforça seu compromisso em colocar a música amazônica no centro do debate cultural do país. Em especial, dois nomes sintetizam a história, a energia e a reinvenção sonora do Pará: Wanderley Andrade, ícone absoluto do brega paraense, e Viviane Batidão, principal representante do tecnomelody contemporâneo.

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Wanderley Andrade representa 40 anos de história em um longo reinado do brega-pop paraense, sendo reconhecido como um dos pilares do brega e do calypso paraense. Nascido em Almeirim (PA), construiu uma trajetória marcada pela mistura de pop, guitarrada, ritmos caribenhos e melodias românticas; fórmula que o consolidou como o eterno “Rei do Brega”.

Entre seus sucessos, que atravessaram gerações, estão álbuns icônicos, como: “O Ídolo do Brega” (1997), “O Astro Pop do Brega” (1999), “O Gênio do Calypso” (2002) e “Na Batida do Melody” (2009). Ao longo dos anos, Wanderley Andrade se tornou presença obrigatória em grandes festas e eventos no Norte, ganhando projeção nacional com sua estética inconfundível, figurinos marcantes e performances que misturam teatro, humor e emoção.

Se ele representa a tradição, Viviane Batidão encarna a reinvenção. Natural de Santa Izabel do Pará, ela se tornou a maior referência do tecnomelody, gênero que mistura brega, tecnobrega, pop eletrônico, batidas de aparelhagem e estética periférica amazônica. Com quase 25 anos de carreira, emplacou hits que moldaram toda uma geração de fãs e DJs, entre eles: “Vem Meu Amor”, seu primeiro grande sucesso, e “Olha Bem pra Mim”, que ganhou notoriedade nacional. Atualmente, a artista segue viralizando e abastecendo setlists de DJs no Norte inteiro.

A artista se apresentou durante a COP30 ao lado de Anitta, onde mostraram sua nova faixa em conjunto, que já promete ser sucesso de carnaval. Ainda este ano, Viviane Batidão lançou o álbum “É Sal”, que resgata suas origens e ao mesmo tempo atualiza a estética do tecnomelody para um público nacional mantendo a base das aparelhagens e os arranjos eletrônicos.

Quatro Gerações

O Psica 2025 celebra a força da música paraense reunindo também, em um mesmo line-up, quatro artistas e grupos que simbolizam diferentes momentos da evolução sonora da Amazônia: Wanderley Andrade, Banda Vôo Livre, Fruto Sensual e Viviane Batidão. Juntos, eles contam uma história que atravessa décadas, mostrando por que Belém é um dos maiores polos musicais do país.

Eles são quatro capítulos de uma mesma história: a evolução da música popular amazônica. Wanderley Andrade abriu caminho no brega; a Banda Voo Livre ampliou o romantismo paraense; o Fruto Sensual trouxe a era eletrônica; Viviane Batidão transformou tudo isso em tecnomelody contemporâneo e digital.

O rei do brega consolidou a base estética do que viria depois: o brega romântico teatral, sensual e performático; então a Banda Vôo Livre ampliou o alcance do gênero paraense com suas baladas românticas e arranjos que conversavam com o pop brasileiro dos anos 90 e 00’s. Suas músicas se tornaram hinos de festas e continuam vivas na memória afetiva do público. Eles fazem parte da fase que consolidou o brega como sucesso de rádio, antes das pistas e das aparelhagens dominarem tudo.

Já com hits como “Está no Ar” (versão tecnobrega de “Total Eclipse of the Heart”), Fruto Sensual revolucionou o gênero ao apostar nas batidas eletrônicas e nas produções de aparelhagem. O grupo se tornou um dos símbolos da fase de explosão do tecnobrega, representando o momento em que a música paraense começou a se conectar com tendências globais e abrindo caminho para um novo formato de show e para a estética das aparelhagens modernas. Encerrando essa linha do tempo, Viviane Batidão representa a geração que modernizou o tecnomelody, consolidando-se como um dos maiores nomes da música amazônica contemporânea.

Sobre o Festival Psica

Criado em 2012, o Psica é hoje um dos principais festivais independentes do Brasil. Reconhecido por sua curadoria ousada e pela valorização da cultura amazônica, já levou a Belém nomes como Elza Soares, Karol Conká, João Gomes, BaianaSystem, Liniker, Pabllo Vittar e Gaby Amarantos.

A histórica edição de 2024 bateu recorde de público com mais de 100 mil pessoas. Em 2025, “O Retorno da Dourada” marca os 13 anos do projeto, expandindo as conexões sonoras do território da Pan-Amazônia, com atrações nacionais, artistas locais e internacionais.

Psica, Patrimônio Cultural Imaterial

O Festival Psica deu um passo histórico rumo ao reconhecimento de sua importância para a cultura amazônica. A Câmara Municipal de Belém aprovou por unanimidade, na quarta-feira (3), o projeto de lei que declara o festival como Patrimônio Cultural Imaterial do Município. A proposta segue agora para sanção do prefeito Igor Normando. A conquista ocorre em um momento emblemático: este ano, o Psica tornou-se Instituto e inaugurou sua sede permanente, a Casa Dourada, primeiro centro cultural do projeto, ampliando sua atuação para além dos palcos.

Viviane Batidão e Wanderley Andrade marcam gerações de realeza paraense no Psica

Serviço Festival Psica 2025 – O Retorno da Dourada

Onde: Cidade Velha – Belém (PA)
Quando: 12, 13 e 14 de dezembro de 2025
Ingressos: Passaportes a partir de R$ 125 (meia) disponíveis na [Ingresse] / Gratuidade: Lista TransFree e PCD’s
Redes: @festivalpsica / Site Oficial