Quem é Bira Haway, produtor musical e pai de Anderson Leonardo, do Molejo?
Profissional de 72 anos assinou clássicos do pagode dos anos 1990
O vocalista do Molejo, Anderson Leonardo, que morreu nesta sexta-feira (26), aos 51 anos, vítima de um câncer, tinha a música em seu sangue. Além de ser sobrinho de Elza Soares (1930-2022), seu pai, Bira Haway, de 72 anos, é considerado uma lenda quando o assunto é produção de samba e pagode no Brasil. O profissional foi o responsável por álbuns de grupos como Exaltasamba, Soweto, Samprazer, Grupo Revelação, e o próprio Molejo, claro.
Natural do Morro de Laranjeiras, Bira começou a tocar na noite da capital paulistana com apenas 13 anos como ritmista, tocando instrumentos de percussão, como surdo, repique, tantã e pandeiro.
Nno início dos anos 1970, acompanhou nomes na Boate Cartola como Elis Regina, Luís Carlos Vinhas, Jair Rodrigues, Wando, Os Originais do Samba e Trio Mocotó, além de participar do musical “Brazilian Follies”, dirigido por Caribé Rocha, que ficou um ano e meio em cartaz, no Rio de Janeiro.
Bira cantou ao lado de nomes internacionais como Dionne Warwick, Lisa Ono e Al Jarreau. Também fez parte do grupo de samba chamado Sambrasil, ao lado de Mauro Diniz, Claumir Jorge (pai de Claumirzinho, também do Molejo) e Carlinhos Werneck.
O músico passou a frequentar e gravar constantemente no moderno Estúdio Haway , no Rio de Janeiro. Bira ficava tanto no prédio que acabou recebendo o apelido de Bira Haway. Seu tempo no espaço o fez entender o quanto apreciava a produção musical. Em 1983, fez sua primeira produção, com o disco “Brasileirinho no Samba”, de Silas de Andrade. Além disso, Bira integrava a ala de compositores e, mais tarde, assumiu o microfone no carro da escola de samba Estácio de Sá.
Depois do Carnaval de 1989, Bira assumiu a produção musical. Produziu a demo do grupo do filho, Anderson, que se chamava Nosso Samba antes de se tornar Molejo. O resto é história.