Tudo o que você precisa saber sobre o dragão de Jão no The Town
O diretor criativo Pedro Tófani revelou detalhes sobre o 'super' show
A primeira edição do The Town será lembrada para sempre. E uma das imagens mais marcantes é, claro, o dragão que acompanhou Jão no palco The One na noite do último dia 10.
O majestoso dragão, que preenchia com suas asas todo o palco (ele tem 30 metros de largura e 10 de altura!), virou assunto nas redes sociais a partir de sua exibição, que levantou especulações dos fãs do cantor sobre sua concepção, se o público o verá novamente, e até se ele tem um nome.
Para esclarecer essas e demais curiosidades, o diretor artístico Pedro Tófani nos levou para os bastidores do show que incendiou o The Town.
Por que um dragão?
“O dragão amarra dois pontos da história que é contada nesse ciclo de quatro álbuns do Jão. Ele ao mesmo tempo é um monstro que é de uma história que tem sido contada desde o primeiro álbum dele, de como ele encara esses monstros, e agora ele o olha de uma forma diferente. Antes, o monstro era algo que o assustava, e agora ele consegue encará-lo de forma diferente”, fala Pedro.
O animal havia sido apresentado pela primeira vez ao público no trailer do disco “SUPER”. Vale lembrar que o cantor gosta de relacionar seus projetos com animais, como foi o caso do disco “LOBOS”, de 2018, e “PIRATA”, de 2021, que trouxe na turnê cenografia de bichos como polvos e baleias.“O dragão também é um símbolo do fogo, que é o elemento que rege esse novo momento. É uma figura muito grandiosa, porque tem essa mania de grandeza que é um ponto forte do álbum ‘SUPER’, então acho que ele estava na cabeça de todo mundo enquanto estávamos no processo desse álbum”, conta.
O começo de um sonho
“Desde sempre, a gente pensou que seria legal ter um dragão no palco, é uma ideia que tínhamos desde que estávamos fazendo o álbum. A gente não tinha certeza se iríamos conseguir fazer isso para o The Town porque é muito difícil fazer um dragão daquele tamanho já é muito complicado, e ainda para um festival, em que você tem um tempo limitado de troca de palco, tem outros artistas, é mais complicado ainda”, afirmou Pedro.
Abre alas de Carnaval?
“Primeiro, fiz o rascunho no Photoshop com algumas colagens. Depois, a gente desenvolveu o modelo 3D do dragão que a gente queria, depois, ele foi para uma maquete segmentada para fazer a escultura. Em paralelo, nós já fomos falando com alguns fornecedores. A gente até sondou o pessoal de Carnaval, mas a gente preferiu trabalhar com algumas pessoas de cenografia de show, mais escultura, porque a ideia é que parecesse mais uma estátua, toda branca para receber a projeção, do que um dragão realista. Então, foi aí que fomos atrás de fornecedores de escultura mesmo para cinema e publicidade. Então, não foi o pessoal do Carnaval, apesar de eles fazerem um trabalho muito bacana de realismo.”
“O material dele é uma estrutura metálica com o revestimento em fibra de vidro, com alguns acabamentos em gesso, e espuma de poliuretano injetado. Depois da escultura ser criada, nós a desmontamos para ser transportada. E, em paralelo a isso, a gente desenvolveu o mapping, que são as projeções que apareceram em cima da escultura do dragão”.
“Nenhum palco que a gente fez, nós trabalhamos com os mesmos fornecedores, porque são materiais e propostas diferentes. O polvo que fizemos no Lollapalooza 2022 era inflável, o barco na turnê ‘PIRATA’ era feito por um cenotécnico. Essa escultura do dragão foi feita por um escultor de arte. Trabalhamos com fornecedores diferentes, mas sempre centralizando a direção artística aqui na U.F.O (agência que cuida da carreira de Jão, a qual Pedro também é sócio ao lado do empresário Renan Augusto, e do próprio cantor)”
Como transportar o dragão?
“O transporte foi um caso à parte. Nós acabamos tendo que usar muitos caminhões, porque além da estrutura do dragão, a gente tinha uma estrutura de uma arquibancada que a gente fez ao redor do palco, além dos instrumentos, tinha muita coisa. Ao todo, nós levamos sete caminhões para o The Town. Para o dragão, acho que foram usados quatro caminhões”.
“Eu acho que pode ter sido a maior estrutura de palco em termos de tamanho do The Town. O pessoal do festival foi muito colaborativo em abraçar o projeto, eles deixaram a gente usar a madrugada anterior para erguer o dragão e testá-lo. Ele foi todo dividido para chegar lá e ser pré-montado no backstage, e ter sua montagem finalizada no palco, porque ele não passava pela coxia do palco, então tivemos que finalizá-lo na frente de todo mundo”.
SUPERPRODUÇÃO! Caminhões com a cenografia para o show do Jão no The Town começaram a chegar no Autódromo de Interlagos. pic.twitter.com/CuZtZwMuiL
— Tracklist (@tracklist) September 8, 2023
Mas a grandeza do show não se reservou apenas na dedicação de conceber o dragão. “Ao todo para esse show, acho que foram envolvidas mais de 150 pessoas que trabalharam diretamente no projeto. E, indiretamente, cerca de 250 pessoas. Credenciadas para o show, acho que nós tínhamos umas 100. É muita gente, e todos foram muito essenciais. Não tinha ninguém que não estivesse muito dedicado no projeto, que fosse essencial para fazê-lo acontecer”, conta.
Mas, afinal, qual é o nome do dragão?
Lamentamos informar, mas nem Pedro sabe ainda. Ele esclarece: “O Jão sempre o chamava de alguma coisa, ele já teve alguns apelidos. Agora, ele está em uma fase de tratá-lo como uma figura feminina. Ele tem que decidir um nome e divulgar quando ele souber oficialmente qual vai ser!”, sugere ao cantor.
Veremos o ‘dra-Jão’ novamente?
Apesar do sigilo nas informações sobre a “SUPER Turnê”, Pedro nos conta as possibilidades de vermos o dragão do The Town novamente, e o que podemos aguardar para as apresentações.
“Esse dragão foi um show específico feito para o The Town. Vamos montar um show totalmente novo para turnê. A gente ainda vai entender se esse dragão vai ser utilizado em outros momentos, mas o show da turnê é 100% inédito, porque esse foi um palco grandioso que fizemos para o The Town, e para turnê nós temos condições melhores ainda para dar um passo a mais neste sentido, porque nós vamos ter condições em termos de montagem e estrutura que são limitadas pelo festival. Então, nós vamos pensar em um show redondinho para a turnê. Dá muito mais trabalho, mas nós vemos a turnê como um projeto que conseguimos explorar ainda mais.”
