Preso por pedofilia, Gary Glitter tenta a liberdade condicional no Reino Unido
Cantor de 'I'm the Leader of the Gang (I Am)' foi condenado a 16 anos de prisão
Preso por pedofilia, Gary Glitter se apresentou ao conselho de liberdade condicional esta semana. O cantor, de 79 anos, cujo nome verdadeiro é Paul Gadd, foi condenado a 16 anos de prisão em fevereiro de 2015, depois de ser considerado culpado de abusar sexualmente de três meninas entre 1975 e 1980.
O cantor inglês, de hits como “I’m the Leader of the Gang (I Am)” foi condenado por tentativa de estupro, além quatro acusações de agressão indecente e uma por fazer sexo com uma menina menor de 13 anos.
Durante a sentença, o juiz Alistair McCreath disse que não conseguiu encontrar “nenhuma evidência real” de que Gadd tivesse remorso ou tentado compensar as vítimas por seus crimes.
Em fevereiro de 2023, o músico foi automaticamente libertado da prisão depois de cumprir metade da pena de 16 anos. No mês seguinte, no entanto, Gadd foi preso novamente por infringir as regras da condicional.
De acordo com o tabloide inglês “The Mirror”, Gadd compareceu a uma sessão privada composta por pessoas que consideravam se deveriam libertá-lo novamente.
Richard Scorer, advogado que representa uma das vítimas de Gadd, disse que o conselho não quis ler a carta de sua cliente, em que ela detalhava a “total falta de remorso” do cantor. “Ela não teve nenhuma oportunidade de ler sua declaração”, explicou Scorer.
“Tentamos escrever ao Conselho de Liberdade Condicional sobre a falta de remorso de Glitter. Disseram-nos que a nossa carta não poderia ser apresentada diretamente a eles, mas a informação poderia ser incluída no relatório do Serviço de Liberdade Condicional ao conselho.”
Ele continuou: “Não sabemos que informações foram de fato fornecidas durante a audiência –o processo está correndo em sigilo, apesar de as promessas anteriores do Conselho de Liberdade Condicional de que adotariam uma abordagem mais aberta”.
Anteriormente, Scorer disse que sua cliente havia entrado com uma ação de indenização contra Gadd relativa “às terríveis agressões sexuais que ele cometeu contra ela quando ela tinha 12 anos”. Ele acrescentou que Gadd “se recusou a cooperar” com o caso e “ignorou ordens judiciais”.
O advogado disse ainda que Gadd estava “deliberadamente tornando o processo mais estressante e traumático” para sua cliente: “Esse comportamento demonstra a total falta de remorso de Gadd”. Scorer prosseguiu dizendo que havia informado o conselho sobre tal comportamento, e confirmou que esta informação seria incluída em um relatório antes da audiência desta quarta.
“Espero que o conselho leve este assunto muito a sério, pois é mais uma prova da falta de remorso de Gadd e do desprezo pelas suas vítimas”, continuou ele.
As decisões do Conselho de Liberdade Condicional geralmente são tornadas públicas 14 dias após a audiência, desde que não haja adiamentos no caso.
Em outubro passado, um pedido para que a audiência de liberdade condicional de Gadd ocorresse em público foi rejeitado porque era muito difícil contatar todas as suas vítimas.
Em março de 2023, a Netflix anunciou que estava desenvolvendo uma série documental em três episódios sobre Gary Glitter.
