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Por que você deveria ver um show da Erykah Badu

Por que você deveria ver um show da Erykah Badu

Ícone do R&B fará dobradinha nos festivais Afropunk e Rock The Mountain

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A cantora Erykah Badu durante apresentação em 2020

Erykah Badu confirmou três datas no Brasil: se apresentará nos festivais Afropunk (Salvador) e Rock The Mountain (Itaipava, no Rio de Janeiro) e, ainda, no Espaço Unimed (São Paulo). Ícone da música negra contemporânea, a cantora e compositora tornou-se um dos maiores nomes e influências do R&B a partir de seus dois primeiros álbuns Baduizm (1997) e Mama’s Gun (2000). Se você ainda não descobriu em seu íntimo um forte motivo para comparecer na capital baiana ou carioca (dias 8 e 9 de novembro, respectivamente), aqui vão alguns pontos para você entender a histeria em torno de mais uma visita da cantora ao país.

Essa é a quinta vez de Erykah por aqui. Aos 53 anos de idade, 25 anos de carreira e cinco álbuns lançados, Erykah é uma das mais prestigiadas artistas do movimento neo soul que surgia no final dos anos 1990. Ao lado do cantor D’Angelo, formatou novas direções para o gênero, explorando novas formas (comerciais e experimentais) de transformar o hip hop. Muitos apontam a obra subsequente dos anos 2000 da cantora como a expressão mais afrofuturista da música pop.

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A bicha continua no auge

Sem novos álbuns desde 2010 (quando lançou “New Amerykah Part Two [Return of the Ankh”]) e 2015 (quando do lançamento da mixtape “But You Caint Use My Phone”), Erykah sempre foi requisitada em sua versão ao vivo. E, mais do que isso, continua roubando a atenção dos headliners em festivais que marca presença. Em 2023, por exemplo, a New Sounds Magazine relatou que a banda Jungle, escalada como a principal do festival All Points East, em Londres, foi surrupiada pela norte-americana. “Erykah está dançando em minha cabeça por dias. Fantástico!”, exclamou o jornalista Benedict Pignatelli após o show.

Em 2022, o Guardian deu quatro estrelas para a apresentação dela no Royal Festival Hall, também em Londres. A nota não foi máxima porque, como relatou a crítica, atrasos são frequentes na carreira da cantora. “No ‘mundo Badu’, tempo é relativo, irrelevante. Pode demorar horas para que ela chegue ao palco”, pontuou a crítica Kate Hutchinson. No entanto, a jornalista também diz que “desde o último lançamento, uma mixtape aclamada, que saiu há quase uma década, seus shows ao vivo são a pista mais próxima de quem ela é: mulher que olha para frente. Aqueles que esperavam uma viagem de volta ao seu álbum clássico –que vendeu milhões quando foi lançado em 1997 e ganhou dois Grammys– podem ter ficado decepcionados. Badu não está interessada em entreter com nostalgia óbvia”.

Voz e visual afrofuturista da mulher negra

Chamada de “Queen Mother”, Erykah sempre escreveu com mão forte a narrativa de uma mulher negra que fugia dos estereótipos impostos pela indústria da música e pela sociedade em geral. Além da caneta, Badu inovou com seu visual nos clipes, remixando a moda hip hop e introduzindo uma vibe “bruxona” ou xamânica em suas perfomances, deixando óbvio que a mulher negra é a chave para a renovação do mundo.

Desde 1997, sua obra embalou, junto com as teorias de Mark Dery, forças fundamentais para que novas portas, linguagens e práticas se abrissem no pensamento pop negro dos anos 2000. Artistas como Janelle Monáe são devotas de sua obra.

O público (carente) brasileiro

Não é mesmo a primeira vez de Erykah no Brasil, é verdade. Mas sua primeira vez por aqui foi aos 26 anos, lá em 1997, na 12ª edição do extinto Free Jazz —que daria lugar ao também extinto Tim Festival. Depois de 13 anos de hiato, em 2010, voltou para São Paulo e Rio de Janeiro. Depois, voltou a São Paulo em 2013 e 2019. Mas, apesar disso, a carência do público brasileiro é grande —principalmente de parte do público que a acompanha como, de fato, uma das artistas mais ousadas do mainstream.  Com shows marcados para o Rock The Moutain e, principalmente, para o afrocentrado Afropunk, as apresentações tendem a ter um sabor especial de reencontro e identidade.

Como assistir

Afropunk, 9 e 10 de novembro: Os ingressos de 1º lote custam entre R$ 75 e R$ 576, e estão disponíveis pela plataforma Sympla. Clientes do Banco do Brasil tem desconto de 20% pelo resto do período de vendas em todos os setores, exceto a opção passaporte, que dá acesso aos dois dias de festival, nas categorias meia e meia social.

Rock The Mountain: a cantora se apresenta no terceiro dia de festival, confirmado somente para o primeiro final de semana. O dia extra acontecerá entre 18h e 02h. As vendas começam a partir de 04/09, às 09h, por meio do site oficial.

 

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