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Por que o sucesso do kpop transcende os hits?

Por que o sucesso do kpop transcende os hits?

Ausência no Hot 100 trouxe debate sobre a saúde do gênero

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Em março, Bang Si-hyuk, fundador da HYBE, a gravadora por trás do BTS, fez um alerta preocupante: o kpop, em suas palavras, “está em crise”. A afirmação veio em um contexto onde o gênero parecia perder ritmo, com menos músicas chegando ao Hot 100 da Billboard em 2022 em comparação a 2021.

No mês seguinte, Jimin do BTS lançou o álbum solo de estreia, cujo single “Like Crazy” atingiu o primeiro lugar no Hot 100. Apesar disso, a preocupação na indústria era a escassez de novos grupos alcançando o mainstream e o desafio da manutenção do crescimento em um ambiente extremamente competitivo – mais de 100 mil músicas chegam às plataformas de streaming todos os dias.

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Há debates sobre como o gênero continuará produzindo grandes sucessos internacionais sem o impacto do BTS, que está em hiato até 2025. “Embora eu não chegue ao ponto de chamar isso de ‘crise’, eu compartilho o sentimento de urgência [de Bang] de que a indústria da música coreana está em uma encruzilhada muito importante”, diz Bernie Cho, presidente da DFSB Kollective, uma agência de serviços de artistas e gravadoras sediada em Seul.

Também se discute sobre a metodologia das empresas, como SM Entertainment, YG Entertainment e JYP Entertainment. “Se manter em uma abordagem de mão única pode não ser mais a direção correta”, ele acrescenta.

Há discordância sobre se os números das paradas nos Estados Unidos são a melhor indicação da saúde do gênero. No Billboard 200, os discos do Kpop continuam a atingir o primeiro lugar graças às vendas robustas de CDs, estabelecendo um novo recorde para o gênero. Porém, as músicas não têm alcançado o mesmo patamar no Hot 100.

O maior desafio de Kpop é obter execução em rádios dos EUA: o BTS passou 17 semanas cumulativas no topo do Hot 100, mas nunca passou do número 5 na parada Pop Airplay da Billboard. Mais do que as rádios, o que muitos argumentam é que os hits não são mais o indicador mais importante e que o momentum do Kpop não depende da execução em rádios no país.

“Eu não acho que grupos precisem ter sucessos nos EUA para ter sucesso globalmente”, diz Inkyu Kang, professor associado da Penn State e autor de “K-Pop: The International Rise of the Korean Music Industry”. O próprio mercado global de música continua buscando produtos do gênero: grupos de Kpop representaram quatro dos dez álbuns mais vendidos no mundo no ano passado, segundo o relatório mais recente da IFPI.

É crucial considerar o quadro geral ao medir o sucesso, não apenas as paradas. “Os atos pop coreanos agora têm um lugar legítimo na mesa – incluindo a chance de sucesso no Ocidente de uma maneira que era mais difícil nos anos anteriores”, conclui Lucas Keller, que gerencia Jenna Andrews, co-autora do mega-hit “Butter” do BTS.

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