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OPINIÃO: Para formar comunidade, creator deve ser veículo de mídia, não celebridade

OPINIÃO: Para formar comunidade, creator deve ser veículo de mídia, não celebridade

Palestras do SXSW discutiram importância de pertencimento e inclusão

Avatar de Débora Miranda
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Acabo de voltar de Austin, no Texas, após acompanhar o SXSW (South by Southwest) com bagagem cheia de ideias. Entre dezenas de palestras, painéis e exposições vistas –deixando um pouco a FOMO de lado–, o que pude entender a partir da reverberação e das conversas de corredores é que, apesar de não ter sido um tópico explícito, todo conteúdo convergia para o mesmo lugar: COMUNIDADE.

É importante ressaltar que todas conversas do SXSW são sobre o futuro, o desejo para o depois, e não sobre como o hoje funciona. Muito se fala sobre para onde queremos caminhar como mercado e os resultados que esperamos de negócios e das audiências conquistadas, mas não sobre o presente, o que está acontecendo agora.

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1Carolina Sevciuc SXSW

O consenso, tanto nas palestras de marca, quanto nas de música ao falar sobre foco, boas práticas, novas abordagens e novidades do mercado, caminhou para o tópico comunidades como subtexto. Afinal, por mais que você fale sobre descentralização de informação, inteligência artificial e tecnologia, as pessoas precisam entender que todo esse movimento é pensado para entrar e construir uma comunidade. O pertencimento e a inclusão, com a figura do creator como interlocutor entre marca e comunidade, o conteúdo feito DE pessoas PARA pessoas que se identifiquem com a proposta, que sintam verdade e se proponham a compartilhar essa ideia e contribuir com ela.

Vejo a necessidade de desmistificar a figura do creator como celebridade ou mero repetidor de ideias. Precisa ser um veículo/mídia de transporte da mensagem –a ponte– e não ter o foco em fama e egos estratosféricos. Afinal, creators especializados ou inseridos em determinadas comunidades têm mais autoridade e discernimento para validar e garantir acessos do que alguém que funciona apenas como amplificador da mensagem.

O resgate do pertencimento, a inclusão e os nichos menores entre marcas e público são uma percepção minha sobre o futuro e que precisa ser colocada em prática a partir de AGORA com esses novos creators e suas comunidades; para aproximar pessoas, marcas, oportunidades e territórios de fala.

E como podemos construir comunidades com bases sólidas? Na palestra “5 Passos para Construir uma Comunidade de Sucesso”, a empreendedora e autora Carrie Jones, que ajudou centenas de organizações a construir comunidades online, enumerou assim:

  • Fale com as pessoas, antes de mais nada. Atrás da tela, tem um ser humano, é importante lembrar;
  • Faça testes regulares, questione;
  • Esse conteúdo é de fato relevante para a sua vida? Ele te acessa ou transforma de alguma forma? Nada está talhado à pedra, teste, experimente, conheça e observe;
  • Crie a “bússola” da sua comunidade. Reúna líderes que combinem foco e lucidez para seguir caminhos estruturados, praticar novas habilidades e se conectar com pessoas de ideias semelhantes em um espaço livre de julgamentos, para que, assim, possam fazer a diferença nos sistemas dos quais fazem parte;
  • Organize sua comunidade. Dê nome, defina regras e até mesmo os processos de participação. Preze pela simplicidade, assim, as expectativas ficam alinhadas e seu tempo, otimizado;
  • Receba os novos membros de forma que se sintam bem-vindos. Com o tempo, é comum que as relações se aproximem, mas não podemos deixar que gaps e sentimentos de diferença entre membros atrapalhem o flow da comunidade.

E, como bônus, quatro conceitos que podem deixar falsa sensação de engajamento e sucesso, como:

  • Posts virais são não fontes de informações;
  • Pessoas que comentam regularmente seus conteúdos podem não ser sua comunidade;
  • Use as ferramentas a seu favor, não como status. Humanidade + tecnologia = sucesso;
  • E se lembre sempre: não alimente os trolls da internet!

*Malu Barbosa atua há 13 anos em marketing e novos negócios, além de ser empresária na LIGA ENTRETENIMENTO –empresa focada na gestão de ativos musicais e investimentos na música, como a PINEAPPLE STORM RECORDS–, maior selo de música urbana nacional. Há sete anos atua como head de estratégias e diretora artística na MYND, maior agência de marketing de influência do Brasil. Gerencia a carreira de artistas como Preta Gil, Thiago Pantaleão e Lukinhas, entre outros.

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