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‘O povo quer escutar música cantada, gritada, suada’, diz Marcelo Falcão

‘O povo quer escutar música cantada, gritada, suada’, diz Marcelo Falcão

O vocalista é atração do Roots Rock Festival, que acontece hoje em São Paulo

O cantor Marcelo Falcão

Marcelo Falcão, uma das principais atrações do Roots Festival, que acontece hoje no Espaço Unimed (São Paulo), é um caso exemplar de versatilidade do pop/rock e reggae nacionais. Embora tenha se destacado na escola do chacundum jamaicano, o cantor de 51 anos passeia por estilos que vão do samba ao rock pesado –o que, mais do que nunca, justifica sua presença ao lado dos furiosos Raimundos e Charlie Brown Jr

“Amo Cartola, João Gilberto e todos os grandes do samba”, diz Falcão, que conheceu diversos de seus ídolos de batuque por obra e graça do jogo de bicho. “Tinha um bicheiro no meu pedaço, o Kojak, que convidava todos grandes do samba quando fazia aniversário”, completa.

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Falcão também possui entre seus ídolos o violonista espanhol Paco de Lucia. Estranho? Nem pensar. O cantor estudou violão clássico no Instituto Villa-Lobos e violão flamenco –especialidade de Paco– na Casa da Espanha. Foi, aliás, durante o intervalo de uma dessas aulas, no início dos anos 1990,  que Falcão leu o anúncio de uma banda que estava à procura de um vocalista. O grupo era Conexão Xangô e tinha como integrantes Nelson Meirelles (baixo), Marcelo Yuka (bateria), Alexandre “Xandão” Menezes (guitarra) e Marcelo Lobato (teclados). O rapaz foi aprovado na banda, que pouco tempo depois se chamaria O Rappa.

O quinteto lançou seu disco de estreia em 1994. No ano seguinte, Meirelles cedeu o posto para Lauro Farias e O Rappa se uniu ao produtor Liminha, responsável por discos de reggae bem-sucedidos como “Selvagem?”, dos Paralamas do Sucesso (1986), e “Sobre Todas as Forças” (1994), do Cidade Negra. “Liminha é o meu mestre”, diz Falcão. “Rappa-Mundi”, que o grupo carioca soltou no ano de 1996, o credenciou como banda de alta patente no sacolejo à brasileira –e abriu caminho para “Lado B, Lado A”, que este que vos escreve acredita estar entre os pontos altos do quinteto. “Sim, foi o disco que nos abriu as portas. Mas eu destacaria também ‘O Silêncio que Precede o Esporro’, nosso lançamento seguinte”, diz Falcão, referindo-se ao primeiro álbum sem o baterista Marcelo Yuka –Lobato assumiu a função.

De volta à versatilidade de Falcão, ele ressalta ainda seu amor pelo rock pesado. “Eu tenho Led Zeppelin, Iron Maiden, Alice in Chains, Metallica…”, enumera. Ele ainda possui boas relações com seus companheiros de Roots Rock Festival. “O Rappa e os Raimundos foram da mesma gravadora, a Warner. E eu tinha uma boa relação com o Rodolfo, ex-vocalista, e o Digão.” Os laços de amizade no Charlie Brown eram mais com Chorão (1970-2013). “A gente era amigo, de bater longos papos. Hoje sou muito ligado ao filho dele,  Xande.”

Falcão terminou de gravar seu segundo disco solo, ainda sem previsão de lançamento. Orgulhoso do novo rebento –e tomado de ansiedade– faz questão de falar do projeto e até convida este jornalista para escutar o trabalho. “Quero saber da tua opinião”, adianta. Os espectadores do Roots Rock Festival, no entanto, terão mais sorte. Falcão quer incluir uma ou outra novidade em meio ao repertório lotado de hits do Rappa, destaques de “Viver (Mais Leve do que o Ar)”, seu primeiro trabalho solo, lançado em 2019. Tudo isso, claro, pontuado pelos vocais mais originais do pop/rock/reggae nacionais. “Com todo respeito ao autotune, mas o pessoal está com saudade de ouvir música cantada, gritada, suada.”

ROOTS ROCK FESTIVAL

Onde: Espaço Unimed (Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, São Paulo)

Horário: abertura às 20h, início do show às 21h3o

Atrações: Raimundos, Charlie Brown Jr. e Marcelo Falcão

Onde comprar: site oficial da Ticket 360

 

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