Nanno, compositor de Melim e Zeeba, mistura worship e rap em novo álbum
Músico prepara o lançamento do seu primeiro álbum, 'Industrial'
Juliano Silvestre Viana Amorim, conhecido artisticamente como Nanno, é compositor de canções de Melim (mais precisamente o megahit “Gelo”), Zeeba e Jojo Todynho. Após se dedicar a escrever para outros músicos, o autor de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, se prepara para lançar seu disco de estreia. Apesar de compor para nomes do pop, seu début vai trazer uma sonoridade incomum: uma mescla de rap com worship, vertente muito popular da música gospel.
“Trago um rap com banda, refrãos melódicos. É uma vibe igreja, meio worship, trazendo minhas origens da infância”, diz Nanno. “Eu vou contra tudo o que a molecada vem dizendo agora [no rap]. A galera vem falando de droga, arma e cordão, e eu venho falando de vida, amor, felicidade e sentimentos”, pontua.
O cantor de 27 anos convive com a música desde criança, acompanhando a família. “Desde molequinho, eu cresci na atmosfera musical. Meu pai era músico, e toda a família dele também, minha mãe era da igreja. Eu gostava do louvor e era envolvido na dança, mas também acompanhava meu irmão nos bares.”
Com 15 anos, ele se juntou ao irmão, Bruno Guerra, com quem formou a banda Afrimae. Em paralelo, ele conciliava a música com o trabalho. Aos 18, largou o emprego num depósito de farmácia para viver o sonho da música. Nessa época, Nanno já tinha acertado a sua primeira canetada, um dos maiores hits dos irmãos Melim: “Gelo”.
Suas referências musicais variam entre nomes nacionais que marcaram sua infância: Charlie Brown Jr., Djavan, Jorge Aragão, Caetano Veloso, Gilberto Gil. “Meu pai tinha uma churrascaria, a gente colocava uns CDs”, relembrou. Já na cena internacional, seus ídolos são Mac Miller e o duo Outkast.
Disco de estreia
Agora focado em seu trabalho autoral, Nanno lança, até o fim do ano, “Industrial”, álbum íntimo em que narra sua história. Ele plica que o título nasceu de sua cidade natal: “Ela é a base de uma usina siderúrgica, não que isso seja muito bom. Poluição, barulheira, tem essa conturbação de obra. ‘Industrial’ é a raiva, sentimento e a emoção de onde eu vim.
“Não era um lugar onde eu me encontrava, era a minha casa e tal, mas a gente tem que sair para se encontrar. O disco fala muito sobre mudar de lugar e se valorizar, sobre aprender. Tem um pouco de raiva no meio disso tudo, mas ao mesmo tempo tem amor”, completa.
Na próxima sexta-feira (26), será lançado “Tempo”, seu primeiro single. A música dá o pontapé inicial do projeto “MINERIUM Sessions”, que posteriormente dará vida ao álbum “Industrial”.