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Motocicletas, trovões e guerreiros: bem-vindos ao mundo do Saxon

Motocicletas, trovões e guerreiros: bem-vindos ao mundo do Saxon

Ingleses tocam no Bangers Open Air e depois partem para duas outras capitais

Em 1982, não havia um fã brasileiro de heavy metal sequer que não estivesse apaixonado por “Wheels of Steel” (e que na Inglaterra e nos Estados Unidos havia sido lançado dois anos antes). Segundo LP do Saxon, quinteto inglês que liderou a new wave of british heavy metal (NWOBHM) ao lado do Iron Maiden, ele trazia canções sobre motos e aviões, que iam de encontro aos temas épicos dos grupos de rock pesado daquele período. “Fomos os primeiros a abordar esse tipo de assunto nas letras de heavy metal”, diz Biff Byford, vocalista e líder do Saxon, em entrevista exclusiva para a Billboard Brasil.

O disco trazia uma velocidade e violência na execução das músicas, o que também era incomum nos combos especializados em heavy metal –para quem tiver alguma dúvida, basta checar canções como “Stand Up Be Counted”, “Freeway Mad” e “Machine Gun”, três das principais pauladas de “Wheels of Steel”. Pois será a espinha dorsal da apresentação do grupo no sábado, dia 03 de maio, no Bangers Open Air. Em seguida, o Saxon se apresentará em Belo Horizonte e Porto Alegre (datas, locais e preço dos ingressos abaixo), onde tocará “Wheels of Steel”na íntegra. 

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“Foi o disco que salvou a nossa carreira”, confessou Biff. “Nosso álbum de estreia vendeu poucas cópias e não sei se suportaríamos outro fracasso.” “Wheels of Steel” surgiu depois que os cinco roqueiros foram trancados numa cabana localizada numa parte inóspita do País de Gales, com pouquíssimo dinheiro. Ele foi também um dos marcos da chamada new wave of british heavy metal, que tinha como característica uma sonoridade mais agressiva que o rock pesado do período.  O Saxon conquistou o disco de ouro e ganhou fôlego para tocar outros projetos.

As apresentações do Saxon no país costumam ser lendárias. Na primeira vez que desembarcaram aqui, em 1997, Biff ordenou que as portas da casa de espetáculo fossem fechadas e passou a atender os pedidos da plateia. Ele ainda costuma organizar uma espécie de “enquete” entre o público para ver qual música toca no bis.

Uma das provas de que o Saxon é bastante querido no país está no fato de que praticamente toda a sua discografia está disponível por aqui em CD. A vantagem é que os discos do final da virada dos anos 1980 para os 1990, quando tentaram soar como uma banda de metal farofa, foram ignorados pelas gravadoras brasileiras.

No Bangers Open Air, o Saxon será o destaque da programação ao lado de Sabaton, Powerwolf e Lacrimosa.

Vamos então à discografia comentada do Saxon.

 

SAXON (1979) (Wikimetal)

O disco de estreia de um quinteto que nasceu com o cândido nome de Son of a Bitch. Vale pela curiosidade antropológica, visto que eles tinham pouca experiência em estúdios de gravação e o material apresentado variava entre o rock’n’roll e o glam rock. Mas traz “Backs to the Wall”, uma pérola do repertório da banda até hoje.

 

WHEELS OF STEEL (1980) (Wikimetal)

É o álbum que credenciou o Saxon como uma das principais bandas de rock pesado dos anos 1980. Os assuntos variam entre motos e guerra e Biff passa a adotar um estilo vocal mais agudo, que usa até hoje.

 

STRONG ARM OF THE LAW (1980) (Wikimetal)

O terceiro disco do quinteto inglês saiu sete meses depois do estouro de “Wheels of Steel” e manteve o estilo melódico e agressivo do trabalho anterior. Só um pouco mais rápido, efeito de uma turnê ao lado do furioso trio Motorhead. É outro disco que traz os cavalos-de-batalha do Saxon, como a faixa-título, “Heavy Metal Thunder” e “Dallas 1PM” –esta última sobre o assassinato do presidente americano John Kennedy.

DENIM & LEATHER (1981) (Wikimetal)

O disco encerra uma trilogia gloriosa do Saxon e marca o primeiro desmanche de sua formação clássica – o baterista Pete Gill sairia tempos depois. É o menos empolgante dos três, embora traga o sucesso “Princess of the Night” (sobre a decadência de um trem que passava na cidade do vocalista) e a faixa-título, uma declaração de amor a dois símbolos da vestimenta metal –o brim e o couro. 

 

POWER & THE GLORY (1983) (Wikimetal)

É um dos meus prediletos deles e marca a estreia –em estúdio– do baterista Nigel Glocker, uma fúria das peles, bumbos e pratos que até hoje está na banda. Há ótimos momentos como a faixa-título (ô banda para ter canção que dá nome ao álbum poderosa!) e “Midas Touch”, na qual Glocker mostra a que veio.

CRUSADER (1984) (Wikimetal)

O álbum marca uma virada na carreira do Saxon, que depois se tornou prejudicial. Eles se afastaram de sua sonoridade característica, trocando-a por um som mais próximo das bandas de rock pesado dos Estados Unidos. Além disso, adotaram temas épicos em suas letras –como mostra a faixa-título.

CALL TO ARMS (2011) (Hellion Records)

Um longo hiato entre “Crusader” e este disco. Nesse meio tempo, eles equilibraram belos trabalhos com outros nem tanto. Este aqui está entre os melhores porque marca o retorno do grupo à sonoridade dos tempos da new wave of british heavy metal. Canções como “Chasing Bullets” e “Ballad of a Working Man” estão entre as melhores da safra mais recente do grupo.

BATTERING RAM (2015) (Hellion Records)

Vigésimo disco da carreira do quinteto inglês, ele mistura a sonoridade tradicional do Saxon com elementos do rock contemporâneo –em especial, estilos como speed metal e thrash. Como se pode notar nas faixas “Destroyer” e “Hard and Fast”

EAGLES HAS LANDED: 40 (2019) (Hellion Records)

Disco triplo que traz os melhores momentos da banda ao vivo. Imperdível.

 

INSPIRATIONS & MORE INSPIRATIONS (2021 e 2023)

Discos de covers. Releituras incríveis para clássicos de Deep Purple, The Animals, Rolling Stones, Beatles, Led Zeppelin & cia.

 

SAXON NO BRASIL

SÃO PAULO

Quando: 03 de maio

Onde: Bangers Open Air, no Memorial da América Latina

Ingressos: Clube do Ingresso

BELO HORIZONTE

Quando: 04 de maio

Onde: Mister Rock

Ingressos: Bilheto

PORTO ALEGRE

Quando: 06 de maio

Onde: Clube Opinião

Ingressos: Sympla 

 

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