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Modelo trans relata agressão em samba no Rio: ‘Apanhamos de 20, 30 pessoas’

Modelo trans relata agressão em samba no Rio: ‘Apanhamos de 20, 30 pessoas’

Casa de shows envolvida no caso diz ser vítima de ‘fake news’

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Três mulheres —duas delas transexuais– foram espancadas na saída de um samba no Rio de Janeiro. Neste domingo (21), uma das vítimas, Zuri, de 25 anos, publicou nas redes sociais o relato da agressão sofrida.

Segundo a modelo, a confusão começou ainda dentro da casa de shows Casarão do Firmino, no Centro do Rio, na última sexta-feira (19). Ela disse ter sido ignorada por um segurança ao abordá-lo.

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“Dentro da casa de shows, parecia que os seguranças estavam incomodados com a nossa presença. Na saída, fui falar com um deles algo pontual e recebi um olhar de nojo, ele nem me respondeu. Acabei jogando um pouco de cerveja na direção dele. Como consequência, um outro segurança nos jogou para fora do local, de forma muito agressiva. Embora eu tenha jogado a cerveja, não foi uma segurança feminina que veio conversar comigo. Ele já veio me agredindo”, explica.

https://www.instagram.com/p/C2YE9PKvtYI/?igsh=MTZ6N3JjMWdiaWgycw==

Já do lado de fora do Casarão do Firmino, as agressões continuaram e foram amplificadas por ambulantes e outras pessoas que passavam pelo local. Segundo a modelo, nesse momento as ofensas transfóbicas foram aumentando junto com as agressões.

“As pessoas diziam que iam bater na gente porque éramos homens, que a gente podia ser espancada. Foi horrível. Apanhamos de umas 20, 30 pessoas.”

As vitimas conseguiram pedir ajuda a uma viatura da Polícia Militar e saíram do local. Elas registraram boletim de ocorrência na 5ª DP do Rio de Janeiro, prestaram depoimento e realizaram exame de corpo de delito. O caso está sob investigação.

Ainda de acordo com relato da vitima à Billboard Brasil, o estabelecimento não entrou em contato com nenhuma das envolvidas. “Ninguém mandou mensagem, nem ofereceram qualquer apoio. Eles realmente apagaram do radar qualquer relação com o que a gente sofreu.”

Na pagina oficial do Instagram, o Casarão do Firmino diz que foi alvo de “fake news” e que dois seguranças foram atingidos por garrafas.

“[O estabelecimento] repudia com veemência todos os tipos de violência. Com a mesma força, combate qualquer mentira criada para ocultar os verdadeiros provocadores e culpados dessa confusão”, disse em nota.

https://www.instagram.com/p/C2YTmcwJZKM/?igsh=MTZ6MWkzdnc3ejVucA==

Violência contra pessoas trans

O Brasil é pelo 14º ano consecutivo o país que mais mata pessoas transexuais e travestis no mundo, de acordo com o relatório divulgado em janeiro do ano passado pela Antra Brasil (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

Na maioria dos casos, as mortes têm requintes de crueldade, vitimando jovens de 18 a 29 anos. Estabelecendo, assim, um limite para essas pessoas viverem. Passar dos 30 anos, pelo menos para as pessoas trans, ainda é um desafio. É contra essa expectativa que a Billboard Brasil destaca o projeto “Over 30”, que estampa a capa da edição impressa de janeiro de 2024.

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