Malak explica como ‘Poesia Acústica’ conquistou Brasil
São mais de oito bilhões de plays nas plataformas digitais
O “Poesia Acústica” é um sucesso no Brasil. Com mais de oito bilhões de plays nas plataformas digitais, o projeto foi um dos responsáveis por fazer o rap sair das batalhas de rima e brigar pelo topo das paradas musicais.
Por isso, com o intuito de unificar toda a sua história, a gravadora Pineapple StormTV compilou as 16 edições do projeto em um único álbum, que saiu no dia 7 de outubro.
Mas explicar esse sucesso talvez não seja das missões mais facéis. Por isso, a Billboard Brasil conversou com o produtor Malak, um dos fundadores da gravadora Pineapple StormTV, para entender o sucesso do “Poesia Acústica”.
Billboard Brasil – Como você avalia a evolução do Poesia Acústica ao longo dos anos e das edições?
Malak – Eu acho que a gente começou o projeto bem acústico, bem orgânico. E, ao longo do tempo, foi sofrendo variações naturais. O samba veio natural, o reggae veio natural, o funk veio de um remix que fizemos de uma música. Então, acabou que, depois de ter feito várias combinações assim, chegamos a conclusão de que a boa era misturar tudo. Colocar tudo numa coisa só e partir desse princípio.
Além da música em si, o Poesia tem um aspecto visual muito interessante. Você também participa das decisões para os vídeos? Como funciona essa curadoria?
Os vídeos são feitos pelo Uriel [Calomeni] e pela galera da Freshmind, mas principalmente pelo Uriel. E aí, quando eu começo a criar a música, ele sempre vem com aquela pergunta clichê, mas muito essencial, que é ‘o que essa música te remete?’. Remete a sol, verão, felicidade, lazer? Acho que o Poesia vai muito por esse caminho. E aí a gente tenta conversar o cenário com a vibe que a música traz para a gente. Começando pelo Uriel e, no final, eu e o Paulinho [Alvarez] damos o aval. Mas as decisões são tomadas pelo Uriel.
Você acredita que o Poesia ainda é uma espécie de trampolim para carreiras, considerando que muitos que participaram ficaram mais conhecidos depois de passar pelo PA?
Eu acho que é algo junto. O crescimento do ‘Poesia’ veio junto com o crescimento desses artistas. É uma sinergia, que eu costumo dizer. As coisas foram acontecendo juntos mesmo. Não tem como dizer que foi o ‘Poesia’ que alavancou a carreira de certas pessoas e nem que foram certas pessoas que alavancaram o ‘Poesia’. Acho que, de fato, aconteceu junto. Estava todo mundo no mesmo momento, querendo chegar no mesmo lugar. E, garças a Deus, deu tudo certo.
Quais participações você ainda sonha em trazer para o Poesia?
Isso é um desafio grande para mim, mas meu sonho é juntar o Mano Brown com o Seu Jorge dentro de um ‘Poesia’. Com todo o respeito a todos que participaram e que possam participar dessa edição, se um dia acontecer. Mas, para mim, isso é a nata de tudo o que a gente acredita, de tudo o que a gente propõe. A junção desses dois seria a realização de um sonho gigantesca que eu tenho.
Tem alguma edição preferida?
Sempre é a próxima. A próxima é sempre a minha edição preferida. Geralmente, quando lançamos uma, eu já ouvi tanto, tanto, que já tô de saco cheio da música, rs. Mas fico muito feliz quando elas fazem sucesso, obviamente. Por exemplo, a gente acabou de lançar a edição 16, e eu já estou produzindo a 17, na correria. Então, para mim, a preferida sempre é a próxima.