Mãe da Máfia: Ludmilla impacta The Town com show ostentação
Cantora traz o funk, pagode, e brilha na abertura do palco Skyline
Há quem diga que Ludmilla merecia um horário melhor em sua apresentação no Skyline no The Town, inclusive, ela mesma, que ficou surpresa ao se deparar com o público que apareceu em peso para ovacionar a cantora às 16 horas desta quinta-feira. No entanto, isso não a atrapalhou em momento algum, pelo contrário, parece ter a incentivado mais ainda a mostrar o seu valor caríssimo.
Literalmente. A “Mãe da Máfia”, como ela mesma se dominou, iniciou a apresentação saindo de um imponente cofre dourado cantando “Hoje”, mostrando que a ostentação de R$3 milhões de investimento para a apresentação certamente não foi em vão. A brincadeira com o dinheiro continuou evidente ao som de “Sou Má”, parceria com as rappers Tasha & Tracie e a chuva de dinheiro com o rosto de Ludmilla (de dar inveja em “La Casa de Papel”) que causou alvoroço com fãs tentando pegar um pedaço da cantora para chamar de sua.
Os símbolos com a ostentação são marca registrada de seu álbum mais recente “Vilã”, que ganhou uma versão ao vivo no último dia 31, mas as referências não pararam por aí. Homenageando sua maior inspiração, Ludmilla mostrou outra razão pela qual foi em diversos shows de Beyoncé em sua prestigiada “Renaissance World Tour”: aprender por A mais B como a americana se tornou a maior performer do mundo. Lud conseguiu com primor aproveitar alguns dos melhores visuais, movimentos e até figurinos da Queen B, e incorporá-lo com seu som versátil que conquistou o país. Rosalía, cantora espanhola que foi coroada recentemente como uma das maiores performers da atualidade com sua “Motomami World Tour”, também serviu como inspiração, com dançarinos pegando em celulares para transmitirem o show de ângulos mais espontâneos. A filmagem também remeteu os shows da cantora de “DESPECHÁ”, com diversas câmeras se movendo durante as apresentações e se adaptando a energia de cada canção. O resultado foi um show feito sob medida para impressionar quem acompanhava a performance pelos telões do The Town, ou direto de casa.
Outro elemento indispensável em um bom show pop são os momentos. Lud usou e abusou deles, com direito a jatos de fogo que faziam o público sentir o calor perto da grade, e fogos de artifício que inflamavam ainda mais os fãs. Um dos momentos mais hipnotizantes da apresentação foi quando a cantora mostrou, de surpresa, a presença de sua esposa, Brunna Gonçalves, durante a performance de “Sintomas de Prazer”. A dançarina surgiu fazendo movimentos sensuais junto da companheira, que terminaram a música dando um beijo que, mais do que colaborar com a atmosfera romântica da canção, emocionou os ali presentes em ver um casal de mulheres mostrando o seu afeto sem medo e com a excelência de cada um de seus ofícios.
O show foi se encaminhando para o fim com a energia alta (essa que, para que fique registrado, nunca ficou baixa em momento algum da apresentação, incluindo quando ela e Lulu Santos, convidado surpresa do show, cantaram o clássico “Todas as Formas de Amor”), quando Ludmilla resolveu transformar Interlagos em dois dos bailes que ela sabe comandar com os olhos fechados: a sua turnê sold out de pagode, o Numanice (incluindo “Maldivas”, homenagem para Brunna), e em um baile de favela, com hits das antigas como “Verdinha”, “Fala Mal de Mim”, “Vem Amor”, entre outros sucessos do funk que foram embalados por um público na mão da carioca, que a atendeu prontamente quando pediu para levantarem as mãos e fazerem o “L”, de Ludmilla.
Mãe da máfia, vilã, “Numanicer”, MC Beyoncé, ou simplesmente Ludmilla, a carioca conquista com folga o título de um dos melhores shows da primeira edição do The Town e, mais do que isso, tem que ser coroada, de uma vez por todas, contrariando os haters insistentes, se é que eles ainda existam, como uma das maiores cantoras e performers da atualidade.
