No Turá, Lenine fala de novo álbum: ‘Cada faixa é um capítulo’
Cantor foi uma das atrações do Festival Turá 2025
O cantor e compositor Lenine fez um show que passeou pela riqueza cultural de Pernambuco e seus hits da carreira junto da SpokFrevo Orquestra, neste sábado (28), no Festival Turá, no Parque do Ibirapuera, São Paulo. O fim de tarde com temperatura fria da região contou com o calor ritmos brasileiros. A orquestra conta com 18 músicos no palco.
Logo após se apresentar, Lenine recebeu a Billboard Brasil para um papo.
“Há dois anos fazemos esse mesmo show no carnaval de Recife. Também acabamos de voltar de uma breve turnê na França,” conta o ofegante e feliz cantor.
Com o seu jeitinho, o músico recebeu a Billboard cheio de carinho. “Vem cá me dar um abraço” disse ao me cumprimentar. “É sempre muito prazeroso se apresentar com a Orquestra. Tem um arrojo, uma exuberância e uma excelência na música instrumental. Me sinto muito orgulhoso,” conta empolgado.
Novo disco de Lenine
No segundo semestre, Lenine lança “Eita”, seu primeiro álbum com músicas inéditas desde “Carbono” de 2015. O pernambucano também prepara uma turnê pelo Brasil entre 2025 e 2026 por seis capitais do Brasil, seguindo rota que inclui Recife (PE), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS).
“Eu sou um anacronismo, ainda faço álbum, mas só com um álbum completo posso fazer um romance. Cada faixa é como um capítulo de uma história que tô contando. Sempre fiz meus discos assim.”
“Durante os shows acontece alguma coisa, um relance e a música flui. Mudamos os arranjos ao vivo, mesmo com a orquestra lendo [a partitura]. Temos um diálogo musical orgânico de muita improvisação. Isso só se consegue com intimidade.”
Como foi o show de Lenine no Festival Turá?
No Turá, Lenine exibiu fôlego e talento ao lado da Spok. A energia desta união é capaz dar inveja a qualquer músico acostumado com trios e festas longas. O público começou um pouco disperso, mas reagiu de forma mais calorosa nos clássicos “Hoje Eu Quero Sair Só” e “Paciência”. Também teve espaço para “Leão do Norte”, que cita artistas como Mestre Vitalino e João Cabral de Melo Neto.
O pernambucano passeava por todos os cantos do palco, interagia com a plateia e trocava de instrumentos. Sem falar o show de simpatia: “No Turá me sinto como pinto no lixo. Com esse escândalo de música eu reverbero.”
“Eu sempre falo que a música é um elo com o divino (…) o palco é minha missa, é minha religião. Eu sou meio ‘à toa’ e meio ateu, mas o divino eu percebo sempre. E toda vez que eu subo no palco eu realmente me transporto. É sempre uma espécie de transe.”
O primeiro dia de Festival Turá trouxe o melhor da diversidade da música popular brasileira com shows de Pretinho da Serrinha, Seu Jorge, Leci Brandão, Criolo e Só Pra Contrariar.
“Tocar no Turá tem essa importância de ser um ponto de diversidade, de amplitude. Antes de eu entrar vi o encontro lindo de Pretinho da Serrinha”, disse. “Estou muito feliz de estar no Turá novamente, é maravilhoso.”