Kendrick Lamar no Brasil: entenda a treta com Drake em números
Relembra os principais pontos da discórdia entre os rappers
Da colaboração no álbum “Take Care” as diss tracks no topo do Hot 100, a relação de Kendrick Lamar e Drake se transformou em um confronto explosivo.
O que começou como fogo amigo na música evoluiu para o que muitos consideram o maior duelo lírico da história do rap.
O Início Amigável (2011–2012)
A relação entre os dois gigantes do rap começou de forma promissora em 2011, quando Kendrick Lamar participou da faixa “Buried Alive Interlude” no álbum “Take Care” de Drake. Na época, Drake era visto como um superstar consolidado, enquanto Lamar era um neófito altamente cotado. Em 2012, Drake estendeu a mão novamente ao convidar Lamar para abrir sua turnê “Club Paradise Tour”.
Eles voltaram a colaborar em outubro de 2012 em “Fuckin’ Problems”, de A$AP Rocky, e na faixa “Poetic Justice” de Lamar. O sucesso comercial da faixa de Lamar atingiu o pico de 26º lugar na Billboard Hot 100. Essa colaboração, no entanto, marcaria a última entre Drake e Lamar.
Os Primeiros Tiros e a Ascensão do Conflito (2013–2016)
O primeiro ataque direto de Lamar a Drake ocorreu em agosto de 2013 na música “Control”, de Big Sean. Lamar declarou abertamente que estava “tentando assassinar” seus pares. Drake minimizou o desafio no mesmo mês, classificando-o como “apenas um pensamento ambicioso”. Em outubro de 2013, Lamar continuou a pressão durante o BET Hip-Hop Awards Cypher, chamando Drake de “um rapper sensível”.
Entre 2015 e 2016, os ataques foram sutis. Lamar questionou Drake sobre alegações de ghostwriting em “King Kunta”. Lamar, mais tarde, lançou mais ataques no álbum “Compton” de Dr. Dre, especialmente nas faixas “Darkside / Gone” e “Deep Water”.

A Erupção e a Batalha de Diss Tracks (2023–2024)
O confronto atingiu um ponto de não retorno em outubro de 2023 com o lançamento de “First Person Shooter”, de Drake e J. Cole, que alcançou o No. 1 da Hot 100. Na faixa, Cole celebrou o que ele chamou de “Big Three” (ele, Lamar e Drake), o que foi o estopim para a resposta de Kendrick.
O contra-ataque veio em 22 de março de 2024 na música “Like That”, de Future e Metro Boomin. Lamar disparou: “Fod*-se o Big Three, é só o big eu”.
Dias após a diss, Drake respondeu no palco durante um show na Flórida, afirmando que estava se sentindo bem e que ninguém poderia “fod**er” com ele em sua vida.
A troca de diss tracks em abril e maio de 2024 foi intensa:
19 de abril: Drake lançou “Push Ups”, zombando da baixa estatura de Lamar.
24 de bril: Drake lançou “Taylor Made Freestyle” com vozes geradas por I.A. de Tupac e Snoop Dogg. A faixa foi removida após a ameaça de processo do espólio de Tupac.
30 de abril: Kendrick lançou a faixa de seis minutos “Euphoria”, questionando o mérito de Drake no hip-hop.
3 de maio: Lamar lançou “6:16 in LA”, alegando que havia um “espião” no time OVO de Drake.
3 de maio: Drake rebateu rapidamente com “Family Matters”, acusando Lamar de infidelidade e criticando sua noiva Whitney Alford.
4 de maio: Lamar respondeu minutos depois com “Meet the Grahams”, chamando Drake de “pai ausente” e alegando que ele escondia uma filha.
4 de maio: Lamar lançou “Not Like Us”, onde ele acusou Drake e seu time de serem pedófilos. A faixa foi um sucesso imediato e estreou em 1º lugar na Hot 100, garantindo o quarto No. 1 de Lamar na parada.
5 de maio: Drake lançou sua réplica final, “The Heart Pt. 6”, negando ter uma filha e alegando que havia plantado informações falsas para Lamar.

Vitória de Lamar e Batalha Legal (2025)
O sucesso de “Not Like Us” continuou em 2025:
Jan. 2025: A faixa ultrapassou um bilhão de streams no Spotify.
Fev. 2, 2025: Kendrick venceu cinco prêmios no Grammy 2025 pela música, incluindo Música do Ano. Lamar ainda usou seu momento no Super Bowl Halftime Show de 2025 para provocar Drake, cantando partes da faixa e sendo acompanhado por Serena Williams no palco.
Em janeiro de 2025, Drake abriu uma batalha legal contra sua própria gravadora, a UMG, por difamação. Ele alegou que a gravadora ajudou a inflacionar os streams de “Not Like Us” e deveria ter impedido o lançamento da música devido às acusações difamatórias de Lamar. A UMG negou as acusações, alegando que Drake havia “perdido uma batalha de rap que ele próprio provocou”.
A UMG buscou o indeferimento da ação, mas Drake atualizou o processo, alegando que a apresentação de Lamar no Super Bowl foi feita para “assassinar o caráter de outro artista”.








