Homenageado do Grammy é acusado de tentar silenciar vítimas de assédio sexual
Reportagem do Los Angeles Times trouxe denúncias à tona
Uma reportagem do Los Angeles Times afirma que a Academia de Gravação, organização por trás do Grammy obrigou mulheres a assinar contratos de confidencialidade após elas denunciarem crimes de abuso sexual. As acusações envolvem cinco mulheres que trabalharam na Academia em diferentes períodos desde os anos 1990.
A maior parte das denunciantes cita o antigo conselheiro geral da organização, Joel Katz, que será homenageado na cerimônia deste ano do Grammy, que acontece neste domingo. Joel é advogado e atua na indústria musical há mais de 50 anos. Ele já representou artistas como James Brown, Willie Nelson, George Jones, Michael Jackson e Mary J. Blige. Em 2002, segundo as vítimas, ele tentado silenciar Terri McIntyre, ex-diretora executiva da divisão da Academia em Los Angeles. Na ocasião, ela alegava ter sido estuprada por Mike Greene, antigo presidente do grupo.
Greene renunciou o comando da Academia em 2002, após chegar a um acordo na justiça americana de US$ 650 mil em outro processo que o acusava de assédio sexual. Outra mulher que trabalhou para ele também confirmou ao Times a existência dos acordos de confidencialidade.
Procurada pelo jornal americano, a Academia diz que tem política de tolerância zero sobre má conduta sexual e que trabalha nos últimos quatro anos para mudar a cultura da organização. A entidade também declara que vai continuar a ouvir, mudar e trabalhar para fazer o melhor em todos os departamentos.
Entre as mulheres se destaca Terri McIntyre, ex-diretora executiva da divisão da Academia em Los Angeles, que afirma que Joel ofereceu dinheiro para ela em troca de seu silêncio sobre as denúncias de assédio. Uma das ofertas aconteceu em 2001, anos depois dela deixar o grupo, e foi da altura de US$ 1 milhão.