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Fresno vive fase mais gratificante da carreira com um de seus melhores álbuns

Fresno vive fase mais gratificante da carreira com um de seus melhores álbuns

'Eu Nunca Fui Embora' foi lançado nesta sexta-feira (5) pelo trio

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A banda Fresno

Com 25 anos de carreira, a Fresno, formada por Lucas Silveira, Gustavo Mantovani e Thiago Guerra, vive o segundo bom momento da carreira. A primeira parte de “Eu Nunca Fui Embora”, novo disco da banda, chegou nesta sexta-feira (5), apresentando ao público, como o próprio vocalista prometeu, o melhor álbum da carreira.

Concorrendo com “Ciano” (2006) e “Sua Alegria Foi Cancelada” (2019) pela disputa do primeiro lugar –na opinião desta repórter, que acompanha a banda desde 2007–, o novo disco traz as dores e delícias da maturidade, sem deixar de lado a melancolia que sempre permeou os trabalhos dos músicos.

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“Com mais experiência na vida, acho que damos uma filtrada em coisas que, quando jovem, você se encanta mais. Estamos no foco, buscando o que a gente quer de fato. E o aproveitamento desse auge é o melhor que a banda já teve”, avalia Guerra em entrevista para a Billboard Brasil.

A boa fase anterior diz respeito à época mainstream da Fresno, com clipes rodando na MTV e contratados por uma grande gravadora, por onde lançaram “Redenção” (2008) e “Revanche” (2010).

“A gente morava todo mundo na mesma casa, pagando um aluguel de R$ 1 mil. É muito massa para um jovem sem filhos, sem nada. Mas aí, em questão de meses, você estava numa reunião com o Chitãozinho e Xororó. Tudo é muito rápido e você não consegue entender as forças que te levaram para aquilo. Claro, a gente aprende muito da indústria, dos meandros das coisas e das pessoas”, explica Lucas.

Fresno
Fresno (Camila Cornelsen/Divulgação)

“Desde que passou esse primeiro auge, a missão sempre foi voltar [a este patamar]. É muito legal subir a montanha, mas a gente tem que subir ela diferente agora. Na época, tinha muita coisa ajudando, tinha deslumbre e muitas coisas fora do controle. Nessa nova subida, dez anos depois, experimentamos um negócio mais nosso”, acrescenta.

O trio menciona as dezenas de promessas feitas ao longo dos anos –incluindo até um comercial que seria exibido durante o “Jornal Nacional” da Globo, em 2013, com trilha sonora da banda e que acabou sendo cancelado. “Iam nos dar uma grana fodida e veicular. Eles orçaram o comercial na nossa frente”, relembra o vocalista.

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Mesmo enfrentando dificuldades, os músicos não deixaram de acreditar. “Era uma época em que a banda não tinha mais [dinheiro no] caixa, e eu comecei a botar dinheiro de uma poupança minha. Sentia que não podia apagar o fogo. Até entre os fãs tinha uma vibe de que a Fresno já era”, conta.

Ao voltar para a cena independente, a Fresno explorou sonoridades com “Infinito” (2012), “Eu Sou a Maré Viva” (2014) e “A Sinfonia de Tudo Que Há” (2016). Muitos fãs deixaram a banda para trás, mas os fiéis permaneceram –e continuam até hoje.

Em 2019, com “Sua Alegria Foi Cancelada”, o trio precisou interromper os planos para o disco mais triste da discografia pela pandemia. Mesmo em isolamento, eles mais uma vez não deixaram o fogo apagar. Fizeram lives com arrecadações de alimentos e participações especiais de Dashboard Confessional e Anberlin, chamando a atenção nas redes e conquistando um novo público.

“Mesmo no pior momento, a gente nunca parou de fazer música. A parte musical sempre era um momento de a gente ser feliz e isso é muito importante. Imagino uns caras presos à grana ou popularidade, mas na hora de fazer músicas é uma merda. No fundo, é isso que sustenta a parada [o amor pela música]”, diz Guerra.

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Como os integrantes avaliam, a virada para o novo auge aconteceu com o lançamento de “Vou Ter Que Me Virar” (2021) e a presença em festivais, como no Lollapalooza Brasil, em 2022. Foram capa de jornal com o show, com a crítica ao ex-presidente da época, Jair Bolsonaro, mesmo com a possibilidade de serem processados pelo ato (proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral). “A gente ia fazer isso de qualquer jeito”, lembra Vavo.

Desde então, aumentaram a agenda de shows e se apresentaram em mais festivais e turnês, como a I Wanna Be Tour, em março deste ano, com outras bandas emo, como The Used, A Day To Remember e Simple Plan. Marcado para as 11h da manhã, o show da Fresno mobilizou os fãs para chegarem cedo ao Allianz Parque.

“Estamos tocando como artistas grandes em festivais. Um dia, saiu o line up do Doce Maravilha, em Curitiba. Estávamos ali no meio e tinha um comentário zoando a Fresno. Todos os comentários respondendo essa pessoa eram nos elogiando, nos defendendo. Nos colocamos em um ponto que quebrou um pouco a bolha”, diz o guitarrista.

Para continuar a furar a tal bolha, a banda uniu forças com Pabllo Vittar em “Te Amo/Te Odeio (iô-iô)” no novo álbum.

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Fresno na I Wanna Be Tour
Fresno na I Wanna Be Tour no Rio de Janeiro (André Figueirêdo/Divulgação)

“Eu a vi pessoalmente no Rock in Rio em 2017. Tiramos uma foto juntos que gerou muitos comentários e memes. As pessoas falando que era uma mistura inusitada. Apesar de ela ter outra sonoridade, na minha opinião, os nossos públicos conversam muito”, diz Lucas.

“Essa história parece mentira, porque às vezes as pessoas mentem. Mas eu sonhei com a música inteira. Quem ia cantar, em que momento ia ser, o que ia acontecer”, explica o compositor.

Apesar de tentar guardar segredo, Lucas foi “traído” pela filha, Sky, do casamento com a skatista Karen Jonz, durante uma entrevista em uma rádio.

“Me perguntaram sobre um feat. com a Pabllo e eu neguei. Só que a Sky, que estava comigo, respondeu: ‘Fez sim!’ [risos]. Todo mundo ficou em choque. Então assim… Não mintam na frente das crianças. Elas não sabem mentir. Uma vez, a gente foi em um restaurante e eu disse que ela tinha seis anos [para ser gratuito], mas ela falou: ‘Pai, eu tenho sete’. Eu respondi: ‘Beleza, agora você vai pagar [a sua parte]'”.

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