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Em novo álbum, Dua Lipa se firma como rainha da pista, mas faz disco imemorável

Em novo álbum, Dua Lipa se firma como rainha da pista, mas faz disco imemorável

'Radical Optimism', terceiro álbum de estúdio da inglesa, chega nesta sexta (3)

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Durante os anos de 2019 e 2020, foi praticamente impossível fugir de Dua Lipa. Com sua espaçonave anunciada na capa do disco “Future Nostalgia”, o projeto se tornou um dos mais ouvidos da história dos streamings, e fez história nos charts da Billboard. Com sucessos como “Levitating” e “Don’t Start Now”, a inglesa foi recebida pelo seleto grupo da nova realeza do pop mundial com sua voz rouca e músicas impossíveis de não serem dançadas. Naturalmente, a expectativa para o sucessor do projeto, “Radical Optimism”, lançado nesta sexta-feira (3), não seria baixa. No entanto, parece que a tentativa de Dua de se afastar do som disco e obviamente chiclete que a elevaram como uma superstar não carregaram um otimismo nem um pouco radical.

O otimismo passou a ser confusão logo nos primeiros lançamentos do projeto, “Houdini” e “Training Season”, que pareciam honrar as promessas de Dua de ter como referências clássicos da música pop britânica, trazendo, principalmente, suas características psicodélicas e dançantes – que, ainda sob a supervisão do compositor e produtor Kevin Parker, do Tame Impala, pareciam se tornar mais reais ainda, visto sua experiência com sua banda de rock, e assinando obras do pop como a faixa “Perfect Illusion”, de Lady Gaga. Apesar de menos populares, as faixas traziam alguns desses pontos, apelando para uma estética aproximada ao grunge e ao rock. No entanto, com o anúncio praiano da capa do álbum, os fãs ficaram confusos. Era como se, em um mesmo projeto, existissem dois conceitos.

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O álbum parece refletir um pouco em tal bipolaridade, se equilibrando entre faixas mais obscuras, e canções que tem tudo para ressoar pelos cantos do hemisfério norte durante a primavera e o veráo. É um disco de pop dançante chique, que certamente tem pegadas de musas do gênero como Kylie Minogue e Sophie Ellis-Bextor, é verdade, com faixas como os singles do disco, além de “End Of An Era”, “Falling Forever”, e “Maria” pedindo para serem tocadas novamente logo após seus finais. No entanto, o otimismo não resiste muito, e logo, as faixas se tornam um tanto quanto esquecíveis, e sem muito o DNA marcante que o público vinculou a Dua em seus dois últimos discos.

A maturidade do caminho de temas percorridos no disco, que refletem nos últimos relacionamentos da cantora, e a exploração de sons mais sofisticados e menos comerciais é um mérito do crescimento de Dua como artista, mas a verdade segue sendo não tão otimista: o projeto, mesmo que bem produzido, falta coesão, e uma história bem contada capaz de fisgar os apaixonados por pop que a acompanham fielmente nas pistas de dança, playlists e charts pelo mundo. Dua não morreu na praia com “Radical Optimism”, no entanto, era necessário um mergulho mais profundo em suas referências e em sua história para honrar, de fato, sua trajetória estelar até aqui.

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