Compositora de Anitta e IZA, Tállia explica processo criativo e uso de IA
Seu grande sucesso é 'Favela Chegou', canção que ficou entre as mais ouvidas
A história de Tállia, cantora e compositora em ascensão, é um reflexo das transformações na música pop brasileira. Natural do Ceará, mas criada em Niterói, no Rio de Janeiro, sua a trajetória é marcada pela diversidade cultural que vivenciou desde a infância.
Antes de se lançar como cantora, Tállia era conhecida no meio de seu trabalho com grandes nomes da música pop do Brasil, como IZA e Anitta, para quem compôs várias faixas. O grande destaque do seu currículo é o sucesso “Favela Chegou“, de Ludmilla.
Desde criança, Tállia mostrava um interesse pelo mundo das letras. “Na escola, eu sempre escrevia dedicatórias e poemas. Quando me disseram que eu cantava bem, isso me motivou a seguir nessa carreira”, explica, em entrevista à Billboard Brasil.
A artista destaca a dificuldade de equilibrar a carreira de intérprete com a de compositora. “Vim de uma família humilde, e a composição foi o que me abriu portas. Hoje em dia, para lançar uma música, preciso realmente acreditar nela e fazer por amor, porque sei que é difícil”, diz.
O lado intérprete de Tállia, sua “válvula de escape”, contrasta com a diversidade de estilos para os quais ela compõe. Enquanto seu trabalho autoral é mais voltado para a MPB e o rap acústico, a maioria das músicas que escreve para outros artistas segue a linha do pop e do funk.
O uso da inteligência artificial na composição
Tendo a composição como seu principal ganha-pão, a artista também é uma das afetadas pela “revolução” da inteligência artificial. Tállia conta usar IA no seu dia a dia, mas como uma espécie de segunda mão.
Ela acredita que, embora a tecnologia possa ser uma ferramenta valiosa, é crucial que os artistas não dependam dela para a criação.
“A inteligência artificial pode ajudar, mas não deve substituir o processo criativo. Se você não entender de música, como pode fazer algo significativo?”, questiona, reforçando a importância de se estudar e ter a IA como um suporte.
“Por exemplo: se você quer encontrar um sinônimo ou dar um start, essas ferramentas ajudam no processo criativo. Não é todos os dias que estamos inspirados e acho saudável usar esses recursos. Mas eles são apenas um apoio, não há como fazer uma boa composição só com inteligência artificial. É preciso ter bagagem e muito estudo.”