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Bluesman de fina estampa, Nasi lança disco a prova de cancelamento

Bluesman de fina estampa, Nasi lança disco a prova de cancelamento

O cantor lança 'Solo, Mas non Troppo' que une canções próprias e regravações

O cantor Nasi (Ana Karina Zaratin/ Divulgação)

Uma das principais colaborações dos Estados –e, claro, da África– ao universo das artes, o blues é mais um estado de espírito do que um gênero musical. Desde os seus primeiros registros, nos anos 1920, que ele se caracteriza pela melancolia, problemas do coração e, claro, um ou outro perrengue financeiro. “Ninguém toca blues de barriga cheia” declarou certa vez Eric Clapton, cantor e guitarrista inglês que se tornou uma espécie de embaixador do sentimento blues.

Nasi, nome de guerra do paulistano Marcos Valadão, tem se tornado um dos maiores exemplos do sentimento blue do país. Não sabemos de sua situação financeira, mas poucos têm o know how do gênero como ele. Em 63 anos de existência, ele passou por todos os estágios do excesso e sofrimento que poderia passar. Um dos efeitos mais nítidos está na voz rasgada, ideal para narrar os perrengues registrados nas letras –de autoria do próprio Nasi e de nomes como Vítor Martins, Tim Maia, Zé Rodrix e o americano Jerry Lee Lewis.

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Em “Solo ma non Troppo” (Ditto Music), seu mais recente álbum, que chega hoje às principais plataformas de streaming do país, Nasi estende esse amor pelo blues com faixas saídas do universo da soul music, da MPB e do rock’n’roll. Gravado em abril de 2024 no Teatro Raul Cortez, na região central de São Paulo, tem dezoito canções e participações especiais de músicos de alta patente como a guitarrista de blues Nanda Moura, o saxofonista Denilson Martins e o guitarrista e produtor Jeff Berg. Canções como “Não vá me Machucar” e “Aqui Não é Meu Lugar”, aliás, são baseadas em perrengues do cantor.

“Solo, ma non Troppo” tem ainda espaço para releituras bastante criativas. “Não te Quero Santa” sai de “Carlos, Erasmo”, disco que o cantor e compositor Erasmo Carlos soltou no início dos anos 1970 e é considerado um de seus principais trabalhos; “Você quer Apostar” é um soul de Tim Maia que ganhou uma versão rock’n’soul ao passo que “Devolve Meus LPs” é outra beleza da lavra de Zé Rodrix. Uma aula de blues à brasileira professada por um dos intérpretes mais originais do cenário pop/rock brasileiro.

Ouça “Solo, ma non Troppo” de Nasi

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