Billie Eillish desabafa sobre pressão para ser feminina
Cantora de 21 anos falou sobre juventude em entrevista sincerona
Billie Eillish, de 21 anos, desabafou sobre ter o auge da carreira ainda tão jovem. A cantora, que veio ao Brasil em março deste ano para o Lollapalooza, disse que “ser mulher é uma guerra para sempre”. “Acontece que sou jovem e tenho uma vida inteira de merda que posso fazer”, disse ela em entrevista à “Variety”.
“Talvez porque minha vida se tornou tão adulta muito jovem, esqueci que ainda era tão jovem. Eu me estabeleci de várias maneiras: vivi minha vida como se tivesse 70 anos. Percebi recentemente que não preciso fazer isso.”
No último ano, Billie buscou projetos diferentes para a carreira e fora de sua zona de conforto. Ela gravou “What Was I Made For?”, parte da trilha sonora de “Barbie” e estreou como atriz em “Swarn”.
“Minha vida está sendo boa”, afirmou ela. “Sinto que estou me tornando uma pessoa que realmente amo e fazendo coisas das quais tenho muito orgulho. De muitas maneiras na minha vida, sinto como se estivesse acordando agora.”
Feminilidade e relação com o corpo
No clipe da música de “Barbie”, dirigido pela cantora, ela enfrenta terremotos, vento e chuva forte enquanto desembala uma pequena caixa com versões do tamanho da boneca de seus looks mais icônicos: em sua maioria camisetas largas e calças de moletom.
“Eu não estava tentando evitar que as pessoas me sexualizassem”, explicou. “Mas eu não queria que as pessoas tivessem acesso ao meu corpo, mesmo visualmente. Eu não era forte o suficiente e segura o suficiente para mostrá-lo. Se eu tivesse mostrado naquela época, teria ficado completamente arrasada se as pessoas tivessem dito qualquer coisa.”
“Talvez o fato de eu não me importar muito em ser sexualizada seja porque nunca me senti desejada ou desejável.”
“Eu nunca me senti como uma mulher, para ser honesta. Nunca me senti desejável. Nunca me senti feminina. Tenho que me convencer de que sou, tipo, uma garota bonita”, disse. “Eu me identifico como ‘ela/dela’ e coisas assim, mas nunca me senti realmente como uma garota.”
Enquanto lidava com esses sentimentos crescendo, Billie também teve que enfrentar com a crescente curiosidade da mídia sobre seu corpo em desenvolvimento.
“Eu tenho seios grandes desde os nove anos, e é assim que eu sou. É assim que eu pareço”, contou. “Você veste algo um pouco revelador, e todo mundo diz, ‘Ah, mas você não queria que as pessoas te sexualizassem?’. Vão catar coquinho! Eu sou literalmente um ser que é às vezes sexual. Vai à merda!”.
“Ninguém nunca diz nada sobre o corpo dos homens”, desabafou Billie. “Se você é musculoso, ótimo. Se não é, ótimo. Se é magro, ótimo. Se tem um corpo normal, ótimo. Se está acima do peso, tudo bem! Todo mundo está feliz com isso. Sabe por quê? Porque as garotas são legais. Elas não se importam porque vemos as pessoas como elas são!”.
