O engenheiro de som e produtor Otávio Carvalho (Ota) vive uma fase de ampliação profissional impulsionada pela atuação no selo Pequeno Imprevisto e no Submarino Fantástico, estúdio que cofundou. Em 2025, participou de agendas como SXSW, Rio2C e festivais nacionais ligados ao audiovisual, além de integrar produções exibidas em plataformas como HBO, Warner e Globoplay. Em dezembro, embarca para a missão do Sebrae no Ventana Sur, na Argentina.
A presença constante em eventos e produções reforça sua posição em um mercado marcado pela retomada do setor criativo e pela discussão sobre inovação e diversidade. Com 24 anos de trajetória, Ota construiu uma carreira que atravessa música, cinema e tecnologia.
Além do estúdio, Ota integra as bandas Vitrola Sintética e Čao Laru, acompanha músicos como Paulo Miklos e Gustavo Galo e já recebeu indicações ao Grammy Latino. Sua produção se estende a trilhas para dança e a atividades de formação em espaços como SESC Belenzinho, Festival da Serrinha e a ONG Eletrocooperativa.
A carreira começou em 2001, como assistente de estúdio no setor de publicidade. Ali, aprendeu com produtores experientes e desenvolveu o domínio técnico que o levou à engenharia de som. Em 2012, após adquirir equipamentos próprios, fundou o Submarino Fantástico ao lado de Ingo Andre, ampliando sua atuação para trilhas, sound design e mixagens para cinema, streaming e publicidade.
Ota também reflete sobre a experiência de ser um homem negro no setor. Ele relata que o estúdio sempre funcionou como um ambiente de respeito, mas aponta para dinâmicas mais sutis de racismo estrutural:
“Existe uma sensação de que você precisa provar um pouco mais para ser visto no mesmo nível que os outros”, afirma.
Fora dali, já viveu abordagens policiais e episódios de suspeita durante deslocamentos para o trabalho.
“Essas experiências entram comigo quando sento para trabalhar”, diz.
A trajetória de Ota evidencia a importância da valorização de profissionais negros em áreas técnicas e criativas da música e do audiovisual. Sua presença em projetos de grande alcance, somada à atuação como formador e como agente de abertura de caminhos para novos profissionais, simboliza o impacto da diversidade na construção de um mercado mais plural.
