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Defesa de Oruam critica nova prisão e fala em ‘perseguição midiática’

Defesa de Oruam critica nova prisão e fala em ‘perseguição midiática’

Ele é réu pelo crime ocorrido durante uma operação policial no Joá

A defesa de Oruam divulgou um comunicado sobre a denúncia por tentativa de homicídio qualificado, aceita pela Justiça do Rio. Ele é réu pelo crime ocorrido durante uma operação policial no Joá, Zona Oeste da capital, na madrugada do dia 22 de julho.

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“A tentativa de reclassificar a acusação como tentativa de homicídio parece uma manobra jurídica infundada, evidenciando uma perseguição de caráter pessoal e uma estratégia de criminalização midiática, sem respaldo consistente na prova”, diz a nota.

“Chama atenção também o fato de, diante da possibilidade de revogação de sua prisão preventiva, as autoridades terem tomado a iniciativa precipitada de decretar uma nova detenção baseada em alegações frágeis e artificiais. Tal atitude reforça uma narrativa de persecução, claramente motivada por interesses midiáticos e não por aspectos concretos e técnicos.”

“O processo apresenta uma narrativa quase ficcional, na qual busca-se identificar, com precisão absoluta, o objeto lançado por Oruam em meio ao tumulto. No entanto, a técnica pericial necessária para confirmar de forma inequívoca a identificação dessa pedra por meio de exames de DNA ou impressões digitais não foi realizada ou não consta nos autos. Não há laudo técnico que assegure, de modo categórico, que a pedra recolhida seja de fato a mesma arremessada pelo acusado.”

“Assim, a acusação insiste em uma narrativa fragilizada, sustentada apenas por testemunhos subjetivos e frágeis, tentando transformar um ato de desespero após um show de horrores, agressões, ataques, danos materiais e que não apresenta provas materiais ou periciais concretas em uma tentativa de homicídio qualificado, uma imputação de grave repercussão social e jurídica, que não possui respaldo fático ou probatório suficiente”, diz a defesa de Oruam.

“Ademais, a conduta dos policiais também evidencia que, ao momento, não existia risco real de morte. Se assim fosse, não teriam agredido fisicamente o grupo, não teriam entrado na casa do cantor e causado danos materiais a objetos pessoais, como roupas e móveis, xingamentos e as constantes ameaças com armas de fogo, demonstrando que não havia um perigo iminente de morte ou ferimentos graves, como podemos ver no vídeo fornecido por nós, no momento em que as pedras eram lançadas nos carros descaracterizado, os policiais apontavam armas na direção do grupo.”

Segundo a denúncia, o cantor, que se chama Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, teria arremessado pedras de grande peso contra os agentes Moysés Gomes e Alexandre Ferraz, da Polícia Civil, enquanto eles cumpriam mandado de busca e apreensão.

O alvo da ação era o menor conhecido como “Menor Piu”, suspeito de atuar como segurança do traficante “Doca”, líder do Comando Vermelho na Penha.

Oruam se entrega à polícia no Rio (X)
Oruam se entrega à polícia no Rio (X/reprodução)

O que diz o MP

A Promotoria afirma que os arremessos representaram alto risco de morte, citando laudos periciais e cálculos com base na segunda Lei de Newton. De acordo com os documentos, a força do impacto ultrapassava o limite capaz de fraturar o crânio humano.

Além disso, o MP anexou vídeos publicados por Oruam nas redes sociais, nos quais o rapper desafia abertamente a atuação da polícia. Em uma das gravações, ele afirma: “quero vocês virem aqui, pô, me pegar aqui dentro do complexo, não vai me pegar”.

A acusação também destaca que o artista já havia se declarado associado ao Comando Vermelho e usava sua residência como abrigo para foragidos da Justiça.

O órgão ainda denunciou Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, que estava com o rapper no momento do crime, pelos mesmos delitos. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada.

O que diz Oruam

Detido desde o dia 22 de julho no Complexo Penitenciário de Gericinó, o Bangu 3, Oruam foi classificado como preso de “alta periculosidade” pela Polícia Civil, com base em sua associação ao Comando Vermelho, comportamento hostil às forças de segurança e uso de sua residência como ponto de apoio à facção.

O artista se apresentou à polícia acompanhado da mãe, da namorada e de advogados, e, ao se despedir da companheira, afirmou: “Só pedir desculpa para todo mundo se eu causei algum transtorno”.

Em vídeo publicado antes de se entregar, o rapper negou envolvimento com o crime organizado. “Vou provar que não sou bandido e vou dar a volta por cima, vencer através da minha música”, declarou.

Oruam segue preso preventivamente, agora como réu por tentativa de homicídio qualificado. A defesa ainda não se manifestou publicamente.

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