Vulgo FK sonha com o Grammy e reflete sobre as ‘Perdas e Ganhos’ da fama
O cantor é um dos destaques da terceira capa da Billboard Brasil
Filype Kaique da Silva, conhecido como Vulgo FK, foi um dos nomes que invadiu e dominou as paradas e charts brasileiros em 2023. Natural da Vila Tiradentes, em São Paulo, ele conquistou admiradores por todo país e também estrelou a terceira capa da Billboard Brasil.
Lançado em 14 julho, o segundo álbum de FK, “Perdas e Ganhos”, foi um dos principais lançamento do trap no ano. Em 48 horas, o disco alcançou mais de 10 milhões de plays e chegou a figurar o 3º lugar no ranking Global do Spotify na semana de estreia.
O projeto conta com sucessos como “2023” e “Ballena” que marcaram presença por semanas no ranking do Billboard Brasil Hot 100. A última, por exemplo, chegou a ficar entre as 10 músicas mais ouvidas do país.
Leia a entrevista completa com Vulgo FK para a terceira edição da Billboard Brasil.
Billboard Brasil: Como você enxerga a importância do ano de 2023 para o rap, o trap e o funk?
Vulgo FK: Um ano de aceitação, foi aberto um leque para a música urbana.
Quando você percebeu que a música era uma possibilidade?
Como moleque de quebrada, fui admirando os artistas bem-sucedidos. De onde eu vim, os caminhos eram: ir para o lado errado, estudar ou cantar.
Baseado nas paradas e nos números, o rap e o trap são o novo pop, conquistando especialmente os jovens. A que isso se deve, na sua opinião?
Às letras, porque conversam bastante com o público, e ao lifestyle. Os jovens se espelham na gente.
No trap, a mulher costuma ser tratada como uma deusa, e não de forma tão sexualizada, como é comum no funk e no rap. O que influencia isso?
Falando por mim: eu busco quebrar esse paradigma de objetificar a mulher. Sou pai de menina, cresci com as minhas primas. Sempre busquei não ofender as mulheres. Agora eu penso o dobro por causa da minha filha.
Os artistas de urban parecem muito parceiros. Você acredita que esse é um diferencial para esse crescimento?
Com certeza! Porque não tem ego. A gente grava com o amigo, ajuda quem está no começo. O gênero só ganhou com a união da molecada.
Como é a sua relação com dinheiro?
Faz dois anos que meus pais tomam conta do meu dinheiro e me brecam. Quando comecei, tive a explosão de querer comprar tudo. Antes, eu gastava sem saber, hoje o que chega é investido, e o dinheiro deixou de ser um monstro.
Qual foi o primeiro luxo que você se deu?
Nunca vou esquecer. Fiz duas semanas de show e ganhei um dinheiro que nunca tinha ganhado. Dei metade para os meus pais e o resto gastei no shopping com meu melhor amigo.
Quais são as principais “Perdas e Ganhos” com a fama?
A perda para alguém discreto como eu é a falta de privacidade. Não poder ir à praia ou a um shopping e ficar de boa com a família.
O maior ganho é atingir muitas pessoas com a minha mensagem.
Qual é o seu sonho?
Ganhar um Grammy.
No trap, ainda há muito mais homens do que mulheres em destaque. O que pode ser feito para haver equidade?
Eu faço a minha parte. Em todo projeto grande eu coloco uma mina foda. Precisamos nos conscientizar, quem está no topo precisa ajudar, a mudança está com a gente.