The 1975 é processado em R$ 13,7 milhões após beijo entre integrantes na Malásia
Vocalista Matt Healy e baixista Ross MacDonald trocaram beijo durante show


Os organizadores do Good Vibes Festival, da Malásia, entrou com uma ação judicial contra a banda The 1975 e seus integrantes após o protesto do vocalista Matty Healy contra as leis anti-LGBTQIA+ do país durante o evento em julho passado. O festival está buscando £ 1,9 milhão (cerca de R$ 13,7 milhões) depois que o cantor beijou o baixista, Ross MacDonald, no palco.
Em documentos judiciais apresentados pelos organizadores no Supremo Tribunal do Reino Unido, eles afirmam que o The 1975 e a sua equipe estavam cientes das inúmeras proibições que a banda tinha de respeitar para se apresentar.
As proibições incluíam xingar, fumar e beber no palco, tirar a roupa e falar sobre política ou religião. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (30) pela revista “Variety”.
Outras diretrizes emitidas pela Agência Central da Malásia para a Aplicação de Filmagens e Apresentações Estrangeiras por Artistas Estrangeiros (PUSPAL) incluíam a proibição de “beijar, beijar um membro da plateia ou realizar tais ações entre si”.
A banda, que recebeu US$ 350 mil para se apresentar, concordou em obedecer às regras para participar do festival.
O processo afirma que, inicialmente, o PUSPAL havia negado a participação da banda devido a um artigo de 2018 sobre o vício em drogas de Matty Healy e sua recuperação subsequente.
Entretanto, depois que a banda apelou, prometendo que Healy aderiria a “todas as diretrizes e regulamentações locais”, o pedido foi concedido.
No entanto, o processo diz que na noite anterior ao festival, o The 1975 decidiu que “não deveria se apresentar no festival de música” e discutiu qual ação tomar antes de mudar de ideia e concordar em prosseguir com a apresentação.
Mas, em protesto, eles decidiram tocar “um setlist completamente diferente” e “agir de uma forma que pretendia violar as diretrizes”, incluindo Healy fazendo um “discurso provocativo” e participando de um “longo abraço apaixonado fingido” entre ele e o baixista “com a intenção de causar ofensa e violar os regulamentos e os termos do acordo”
A banda também teria planejado esconder uma garrafa de vinho ao lado da bateria para que Healy “tivesse acesso fácil”.
O processo acusa o vocalista de beber álcool, agir “de forma bêbada”, fumar cigarros, “parecendo vomitar no palco e/ou grunhir e cuspir excessivamente, inclusive para o público”, fazer um “discurso carregado de palavrões” e danificar deliberadamente um drone de vídeo contratado pelos organizadores do festival.
Após o beijo entre os integrantes, os oficiais do PUSPAL ordenaram que a banda parasse sua apresentação, momento em que Healy foi “muito agressivo” com eles, alega o processo, “xingando-os” a ponto de ter que ser contido por seus empresários.
No dia seguinte ao show, a licença dos organizadores foi revogada e os dois dias restantes do festival de música — que deveriam incluir apresentações de bandas locais e internacionais, como os The Strokes — foram cancelados.
Após deixar o local do show, o processo afirma que a banda e os empresários “correram para os hotéis” para pegar suas bagagens para que pudessem deixar o país o mais rápido possível, pois sabiam que a atitude havia violado a lei da Malásia.
O The 1975 ainda não se pronunciou sobre o processo.