Taylor Swift recupera o direito de seus 6 primeiros álbuns
Eles estavam sob comando de Scooter Braun, ex-empresário da cantora
Taylor Swift voltou a ser dona de seus seis primeiros álbuns. A cantora anunciou, nesta sexta-feira (30), que comprou de volta os direitos das masters dos discos. A posse das gravações originais das faixas estavam com a Shamrock Capital, empresa da Ithaca Holdings de Scooter Braun, desde o fim de 2020.
Segundo informações da Billboard, a empresa venceu o catálogo de Taylor de volta para ela por um valor relativamente próximo ao que pagaram: em torno de 360 milhões de dólares.
Para comemorar a notícia, Taylor compartilhou uma serie de fotos em seu perfil no Instagram segurando a capa dos seis primeiros discos: “Taylor Swift” (2006); “Fearless” (2008); “Speak Now” (2010); “Red” (2012); “1989” (2014); “Reputation” (2017). Ela também divulgou uma carta aberta sobre o momento.
Leia a carta de Taylor Swift na íntegra:
“Todas as vezes em que eu estive tão perto, estendendo a mão para alcançar isso, apenas para tudo desmoronar. Eu quase parei de acreditar que isso poderia acontecer, depois de 20 anos tendo a cenoura balançada na minha frente e depois arrancada. Mas tudo isso ficou no passado agora. Eu tenho chorado de alegria em intervalos aleatórios desde que descobri que isso realmente aconteceu. Eu realmente posso dizer essas palavras: Toda a música que eu já fiz… agora pertence a mim. Todos os meus videoclipes. Todos os filmes de shows. As artes de capa e as fotografias. As músicas inéditas. As memórias. A magia. A loucura. Cada era. O trabalho de toda a minha vida. Chamar isso de meu maior sonho realizado é, na verdade, ser bem modesta sobre isso.
Aos meus fãs, vocês sabem o quanto isso significou para mim — tanto que eu regravei meticulosamente e lancei 4 daqueles álbuns, chamando-os de Taylor’s Version. O apoio apaixonado que vocês demonstraram a esses álbuns e o sucesso que transformaram a The Eras Tour é o motivo de eu ter conseguido comprar minha música de volta. Não consigo agradecer o suficiente por me ajudarem a me reunir com essa arte à qual dediquei minha vida, mas que nunca havia sido minha de verdade. Tudo o que eu sempre quis foi a oportunidade de trabalhar o bastante para um dia poder comprar minha música de volta, e consegui fazer isso com a ajuda de algumas pessoas incríveis. Quero agradecer à equipe da Shamrock Capital por terem sido os primeiros a me oferecer essa chance. A forma como conduziram todas as interações conosco foi honesta, justa e respeitosa. Sim, foi um negócio. Mas senti de verdade que eles viram o que isso significava para mim: minhas memórias, meu suor, minhas lutas e minhas conquistas. Sou eternamente grata. Minha primeira tatuagem talvez precise ser um grande trevo no meio da testa. Eu sei, eu sei.
E quanto ao Rep TV? Com total transparência: eu nem cheguei a regravar um quarto dele. O álbum Reputation foi tão específico para aquele momento da minha vida, e eu continuava esperando reencontrar aquele ponto de apoio emocional para recriá-lo. Toda aquela postura desafiadora, aquele espírito inquebrável — eu precisava reencontrar isso para fazer o Rep TV. Essas músicas, essa estética, toda a mentalidade. Tive que regravar completamente minha mentalidade para conseguir regravar aquele álbum. Aqueles primeiros seis que achei que não poderiam ser aprimorados ao serem refeitos. Não só as músicas, mas também as fotos, os vídeos. Então continuei adiando. Vai chegar a hora em que estarei pronta para isso. Já tive até ideias para as faixas do Vault daquele álbum. Já regravei completamente meu primeiro álbum, e eu realmente amo como ele soa agora. Esses dois álbuns (Reputation e o debut) ainda poderão ter seus momentos de renascimento, quando a hora certa chegar, se isso for algo que vocês ficariam animados em ver.
Mas se acontecer, não será mais a partir de um lugar de tristeza e saudade do que eu queria ter. Vai ser apenas uma celebração agora. Estou profundamente comovida com as conversas que essa saga reacendeu dentro da minha indústria, entre artistas e fãs. Cada vez que um novo Taylor’s Version é lançado, nós falamos sobre isso. Eles negociam para ter a posse de suas gravações master em seus contratos porque essa luta aconteceu. Sou lembrada de como tudo isso foi importante para que isso pudesse se concretizar. Obrigada por se importarem com algo que por muito tempo foi ignorado por uma indústria centrada em lucros. Os artistas talvez nunca saibam o quanto isso significou para mim, que vocês se importaram. Cada parte disso contou, e nos trouxe até aqui. Graças a vocês, à sua boa vontade, trabalho em equipe e encorajamento, as melhores coisas que já foram minhas… finalmente são minhas de verdade.
Em êxtase e maravilhada, Taylor”.
Entenda a saga de Taylor Swift x Scooter Braun
Em junho de 20119, a empresa de Scooter Braun adquiriu a Big Machine Label Group, que tinha o direito das gravações originais dos primeiros seis álbuns da carreira de Taylor. Na época, a venda foi feita por cerca de 300 mil dólares.
Desde então, Taylor se mostrou insatisfeita com o fato de não ser mais dona das masters, e assumiu o compromisso público de regravar todos os discos que agora pertenciam à empresa de Scooter. A intenção da cantora era retomar o controle comercial de seu repertório.
O primeiro álbum a ganhar uma regravação foi o “Fearless”, agora com a tag “Taylor’s Version” acoplada a ele, indicando que era dela de fato. Ela também fez novas versões para “Red”, “Speak Now” e “1989”.
Essa visitação aos seus primeiros discos da carreira também inspirou Taylor na criação da The Eras Tour, uma turnê em que ela canta músicas de todos os seus discos —incluindo os que vieram com a Republic Records, “Lover” (2019), “Folkore” (2020), “Evermore” (2020), “Midnights” (2022) e “The Tortured Poets Department (2024).