RYE celebra nova fase com ‘Love Theory’ e liberdade de criar sozinho
Em conversa com a Billboard Brasil, cantor falou sobre novo single
Após lançar o primeiro álbum como solista em junho, o cantor sul-coreano RYE está de volta com o single “Love Theory”. A faixa fala sobre as nuances do amor durante a juventude. Em entrevista para a Billboard Brasil, ele deu detalhes do projeto e avaliou a primeira década na indústria musical.
“Há momentos em que escrevo a partir de experiências pessoais, mas também me inspiro em histórias ao meu redor, ou até mesmo em filmes. ‘Love Theory’ é basicamente meus próprios pensamentos sobre o amor”, explica RYE.
“Me inspirei na música country e folk. Pensei que seria legal ter uma melodia fácil com um toque de repetição. Com esse pensamento em mente, compus esta música com um refrão caloroso e reconfortante.”
Nascido em 1995 em Jeju, a maior ilha da costa da Coreia, RYE se interessou pela arte ainda na infância. Começou a ter aulas de piano no ensino fundamental e, enquanto estudava em uma academia particular de música, decidiu se mudar para Seul para seguir o sonho de viver como artista.
“Viver em uma ilha teve uma forte influência sobre mim, principalmente por estar cercado por uma natureza tão extraordinária. Crescer em um lugar um tanto isolado alimentou meu sonho de me aventurar em um mundo mais amplo”, ele explica.
Ouça ‘Love Theory’ de RYE
O nome artístico “RYE” foi inspirado em sua avó, cujo nome incluía o caractere coreano “례” (Rye). É também uma referência a um de seus livros favoritos, “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Sallinger, lançado em 1951.
“Eu queria que minha música se tornasse uma fonte de conforto para os jovens, porque eu também encontrei grande conforto na música ao longo da minha vida. Assim como ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, eu queria criar canções que capturassem e relembrassem esses dias da juventude”, diz.
“Acredito que a honestidade é o mais importante, porque fazer música é registrar minhas emoções e os momentos da minha vida. Tenho certeza de que os ouvintes perceberiam isso [se fosse mentira]. Por isso, sempre me esforço ao máximo para criar com sentimentos genuínos e honestos em todos os momentos”
Entre suas maiores referências atuais estão Clairo, Corinne Bailey Rae e Kali Uchis, mas seu gosto musical foi modelado pela música eletrônica coreana, o R&B norte-americano e o pop rock da Europa. RYE é fã do cantor e compositor brasileiro Marcos Valle.
“No ensino médio, comecei a estudar música pelo jazz. Eu conhecia Bossa Nova, como Tom Jobim e João Gilberto, mas fiquei muito impactado quando meu amigo me apresentou à música do Marcos Valle”, conta.
“O álbum dele tinha uma mistura sofisticada de sintetizadores e ritmos, o tipo de som que me atraiu. Fui ao show dele na Coreia com o Azymuth, e foi como um sonho.”
RYE começou a carreira em 2016 no duo cott. A pausa deu espaço para o jovem trabalhar nas músicas solo com mais liberdade.
“Sou muito grato ao meu companheiro de equipe por me apoiar na minha carreira solo. Aprendi muito tentando me manter sozinho por um tempo. Claro, deu muito trabalho, mas me ajudou a crescer imensamente, especialmente durante o processo de fazer um álbum completo sozinho”, avalia.
“Pensando bem, eu tinha um pouco menos de liberdade de expressão, porque havia mais ênfase no trabalho em equipe do que na musicalidade individual. Comecei minha carreira solo porque queria saciar essa sede, tentar fazer música com mais liberdade.”
