Revelação indie em 2011, Harmada retorna com Rubem Fonseca em ‘Os Fugitivos’
Disco encerra hiato autoral iniciado após 'Música Vulgar para Corações Surdos'
“Os Fugitivos” encerra um hiato de lançamentos autorais do Harmada desde a estreia com “Música Vulgar para Corações Surdos“, em 2011. Tudo parecia diferente naquela época e, ao mesmo tempo, muita coisa parece igual: bandas que pareciam destinadas a um lugar no mercado acabaram desaparecendo; sons que pareciam inovadores envelheceram rapidamente. Agora, o Harmada parece ter mais fôlego para processar tudo isso.
A banda (Manoel Magalhães —guitarra/voz—, Brynner Buçard —guitarra—, Bernardo Corrêa —baixo—, Rodrigo Garcia —bateria— e Pedro Henrique Lacerda —guitarra) se apresenta nesta terça (21) no sebo experimental Baratos da Ribeiro, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Em depoimento à Billboard Brasiljá havia falado sobre o álbum, Manoel Magalhães . “O som tá bem diferente do primeiro disco, tem metais, uma abordagem até R&B em algumas músicas. Então é tudo quase zero quilômetro”, disse.
Mas o grande toque do disco é também a cama conceitual: mergulhado em tentar descrever fugas existenciais mediadas pela tecnologia, uma geração cercada por telas, com pouco apreço pelo espaço público e pela política. “Os Fugitivos” nasce em “Os Prisioneiros”, estreia de Rubem Fonseca em 1963, que dialoga com questionamentos sobre a metrópole e os personagens que a referendam.
O disco conta com novas adições ao som da banda como piano elétrico e naipe de metais e colaborações de 1LUM3 (parceira de Baco Exu do Blues) que surge em “Destino”, a artista venezuelana Kleidi B (que assina “Nunca Existiu”) e um poema declamado por Alice Sant’Anna em “A Estrada”.
