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Como SZA mudou o R&B, influenciou até o pop brasileiro e chega gigante ao Grammy 2024

Como SZA mudou o R&B, influenciou até o pop brasileiro e chega gigante ao Grammy 2024

Cantora e compositora norte-americana foi indicada em nove categorias

Avatar de Billboard Brasil
SZA vai se apresentar no Grammy

Você não sabia mas, sim, Solána Imani Rowe é o nome de SZA, cantora e compositora norte-americana de 34 anos, que chega ao Grammy de 2024 com nove indicações. De origem muçulmana, graduada em biologia marinha, ex-estagiária de Pharrell Williams (e de Nigo, na marca Billionaire Boys Club), fã de bossa nova e com habilidade para transformar diálogos interiores e pensamentos intrusivos em crônicas musicais sensíveis, a cantora é, ao lado de Frank Ocean, uma arquiteta do R&B contemporâneo. A premiação acontece neste domingo (04), em Los Angeles, a partir das 21h30.

A cantora responsável pelo álbum “SOS” foi indicada em “gravação do ano”, “música do ano”, “álbum do ano”, “melhor performance pop solo ou grupo”, “melhor performance de rap melódico”, “melhor performance de R&B”, “melhor performance de R&B tradicional”, “melhor música de R&B” e “melhor álbum de R&B progressivo”. Além deste álbum (segundo na discografia), lançado em 2022, SZA acumulou indicações com canções como “Snooze”, “Love Language” e “Kill Bill”. Ao todo, SZA já recebeu 24 indicações ao Grammy ao longo da carreira (iniciada em 2013) e, em 2022, venceu o prêmio de música do ano, com “Kiss Me More”, interpretada em parceria com Doja Cat. Mas de onde vem o furacão SZA e por que ela, hoje, chega como maior indicada na noite mais importante da indústria musical.

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SZA lançou três EPs antes de seu debute “Ctrl”: “See.SZA.Run”, de 2012; “S”, de 2013 e “Z”, de 2014. Neles, apesar do pouco sucesso que fizeram, já era possível verificar que a cantora diferenciava-se do comum no gênero ao entremear uma certa calmaria (vinda do subgênero chamado “chillwave”) em suas produções, tornado seu R&B algo muito mais próximo de bandas como Beach House do que de contemporâneos que estavam no topo dos charts à época, como Usher, Chris Brown ou Drake. Principalmente em relação aos homens, maioria no mercado, SZA já soava à frente destes que, ainda, insistiam em uma fórmula que desgastou a carreira dos exemplos citados e outros que não Kendrick Lamar ou o próprio Frank Ocean.

Quando lançou “Ctrl”, em 2017, SZA já parecia dominar o que havia experimentado nos três EPs e o sucesso veio imediatamente. Para além da sonoridade, a cantora parecia sincera demais para ouvintes sedentos por letras menos artificiais, de tons mais pessoais. “Eu estou falando um monte de merda, mas é tudo verdade”, disse ao lançar o debute. Para Ryan B. Patrick, da “Exclaim”, a cantora era “o pacote completo em termos de arte: habilidade de canto e composições com uma perspectiva distinta sobre a vida, o amor e o destino”, como escreveu na resenha crítica do álbum.

Quase seis anos depois, o sucessor de “Ctrl” veio grande, como dizem as ruas. Em mais uma capa icônica (dessa vez, um trampolim erguido solitariamente em um mar infinito, inspirado em foto clássica da princesa Diana, em contraste com os televisores e uma compositora destruídos na capa do disco anterior), SZA lançou “SOS” que, de vez, a consolidou como um dos principais nomes não só do gênero, mas da música pop e dos festivais de música ao redor do globo. O álbum chega no Grammy com o single “Kill Bill” concorrendo em duas categorias (“música do ano” e “gravação do ano”), além de tentar a categoria “álbum do ano”.

Falando de sexo, amor, intimidade e desejo de uma forma totalmente pessoal e, por isso, não esbarrando em fórmulas das composições-hits do gênero, a letrista subiu a barra do pop e, como se não bastasse, fez a alegria (e a melancolia) de todos os tipos de ouvinte de música, tornando “SOS” um fenômeno em vendas: o álbum debutou no primeiro lugar do Billboard 200 com equivalentes 318 mil unidades vendidas e por lá ficou por 10 semanas. Além disso, tornou-se o disco feito por uma mulher com maior tempo nos charts na década até agora, o primeiro desde “25”, de Adele.

Nas suas primeiras semanas, o disco acumulou 404.58 milhões de streams, recorde para um álbum de R&B. E, como se não bastasse, foi certificado com platina tripla nos Estados Unidos.

Neste domingo (04), a cantora se apresenta no palco do Grammy para confirmar seu favoritismo. Caso não leve nada para casa (algo pouco possível), sua relevância continuará intacta e influenciando artistas do mundo inteiro, como a cantora Ludmilla cuja obra “Meu Homem É Seu Homem” é claramente um 🤝 “The Weekend”, um dos maiores sucessos da norte-americana.

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