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Oruam lança álbum após prisão; veja detalhes

Oruam lança álbum após prisão; veja detalhes

Trabalho de estreia conta com diversas participações

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Oruam com uma camiseta do seu pai, Marcinho VP, e a frase liberdade

O rapper Oruam lançou seu primeiro álbum da carreira, “Liberdade”. A novidade foi anunciada no dia em que o artista foi preso por direção perigosa no Rio de Janeiro.

Ao todo, o CD de estreia do cantor tem 15 músicas e participações de artistas como MC Poze do Rodo, Borges, Orochi, MC Ryan SP e outros nomes do funk e do rap.

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Oruam ReproducaoInstagram

Na capa do álbum Oruam aparece reunido com sua família. Todos vestem uma camiseta com o rosto do pai do cantor, o traficante Marcinho VP, e a palavra liberdade.

Oruam preso

Segundo o “g1”Oruam foi preso após tentar manobrar o carro pela contramão para evitar a abordagem policial.

Segundo informações do jornal “O Globo”, o rapper foi levado para o 16º Distrito Policial e autuado por direção perigosa. A fiança foi estipulada em mais de R$ 60 mil, equivalente a 40 salários mínimos, e paga pelo artista ainda na quinta-feira (20).

Quem é Marcinho VP, pai de Oruam

Marcinho é um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, que controla parte do tráfico de drogas no Rio de Janeiro e ganhou destaque por chefiar as bocas-de-fumo no Complexo do Alemão.

Bombando no trap nacional, Oruam participou do show de TZ da Coronel no Lollapalooza 2024. Mas o que mais chamou atenção na apresentação do rapper foi seu figurino. O jovem, de apenas 22 anos, subiu ao palco com uma camiseta com a foto de seu pai, Marcinho VP, onde se lia “Liberdade” (a mesma utilizada na capa do seu álbum).

A prisão de Marcinho VP aconteceu em 1996, em Porto Alegre (RS). Desde então, ele foi transferido para diversos presídios de segurança máxima devido ao seu envolvimento em ataques no Rio de Janeiro, que, segundo as autoridades, eram comandados por ele e outros traficantes diretamente da cadeia.

Uma das acusações mais sérias contra Marcinho VP é a suspeita de ter ordenado a morte de Márcio Amaro de Oliveira, também conhecido como Amaro VP, líder do tráfico na favela Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio.

A polêmica com a lei anti-Oruam

No dia 10 de fevereiro, Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, disse que, por ter “bom gosto para música”, nunca ouviu a música desse cara. O cara em questão era Oruam e o gênero pelo qual o chefe do Executivo da maior cidade do país não demonstrou muita simpatia era o funk.

Nunes respondia uma pergunta sobre o projeto de lei de autoria da vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil). A proposta de lei diz:

“Proíbe a contratação de shows, artistas e eventos abertos ao público infantojuvenil que envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas e dá outras providências”.

Na justificativa, a vereadora destaca que “não pode o Poder Público institucionalizar expressões de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas por meio de contratações artísticas em eventos com acesso ao público infantojuvenil”.

Vettorazzo não cita Oruam ou qualquer outro artista, muito menos um gênero musical. No entanto, nas redes sociais, a vereadora divulgou sua cruzada contra “o funk criminoso” afirmando que tem o desejo de impedir que Oruam se apresente – a própria chamou o projeto de “Lei Anti-Oruam”.

Após ganhar tração na internet, o projeto ganhou “cópias” por diversas casas legislativas do país, incluindo a Câmara dos Deputados.

Um dos grandes nomes do funk/trap nacional, Oruam não é conhecido por músicas que façam apologia ao crime, como sugere a vereadora.

Na verdade, seus grandes sucessos, como “Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim”, música mais ouvida do país segundo o Billboard Brasil Hot 100, versam mais sobre carros, mulheres e coisas que o dinheiro compra.

O fato nessa história é que Oruam é filho do traficante Marcinho VP. No entanto, até a publicação desta reportagem, o Código Penal não criminalizava filhos de criminosos pelo simples fato de serem filhos de criminosos.

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