Morre Quinho, intérprete histórico do Salgueiro e do Carnaval carioca
Intérprte tratava um câncer de próstata
Melquisedeque Marins Marques, o Quinho, intérprete histórico do Salgueiro, morreu na noite desta quarta-feira (3), na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.
Uma das grandes vozes do Carnaval carioca tratava um câncer de próstata desde 2022 e, segundo a escola, a causa da morte foi insuficiência respiratória.
Nas redes sociais, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro publicou uma nota de pesar.
“Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família”, diz trecho da nota.
Por conta do câncer, Quinto estava afastado do Carnaval carioca, tendo sido homenageado no último desfile do Salgueiro pelo atual intérprete da escola, Emerson Dias.
Histórico
Seu início no Carnaval foi nos anos 1980, no bloco Boi da Freguesia. Na Sapucaí, ele integrou escolas como União da Ilha do Governador, São Clemente, Grande Rio, e teve até passagem por São Paulo, cantando na escola Rosas de Ouro.
Porém, sua grande história foi na escola do Andarí. Sua entrada no Salgueiro se deu no início dos anos 1990. Um dos grandes sambas envernizados na sua voz foi “Peguei um ita no Norte”, de 1993, que tem o refrão: “Explode, coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade”.
No entanto, além da voz marcante e da energia na avenida, Quinto também era conhecido pelos bordões “arrepia, Salgueiro”, “pomba, pimba” e “ai que lindo, que lindo”, que costuravam seus cantos.