Morre ‘maldito’ Luiz Antonio Mello, criador da Fluminense FM, ícone do brock
Entre outras profissões, Luiz foi radialista chave na história do rock dos 80s


Morreu o radialista produtor musical, jornalista e escritor Luiz Antonio Mello aos 70 anos. Ele foi responsável pela criação da Fluminense FM, mais conhecida como “Maldita”. A morte ocorreu em Icaraí, bairro de Niterói —mesmo município onde a rádio se estabeleceu e passou a ser difusora dos maiores hits do rock brasileiro ao dar espaço para bandas novatas como Os Paralamas do Sucesso.
Luiz estava internado internado no Hospital Icaraí se recuperando de uma pancreatite, segundo o jornal “A Tribuna”, e teve uma parada cardíaca quando ia fazer uma ressonância magnética.
Anteriormente ao projeto da “Maldita”, iniciado em 1981, ele passou pelo Jornal do Brasil e também pela Rádio Tupi. Como escritor, lançou “A Onda Maldita: como nasceu a Fluminense FM”. Curiosamente, o começo na rádio foi torto. Após levar um “não” ao apresentar um projeto de programa chamado “Rock Alive”, ele foi convidado —junto com o amigo Samuel Weiner— para montar a grade de uma rádio inteira.
Além de garantir espaço para as novas tendências do rock brasileiro, a Fluminense FM tinha um espírito anárquico, o que explicava o apelido da rádio. A rádio dedicava tempo de sua programação para contemporâneos pouco desejados nas FMs como Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Sergio Sampaio, Premeditando O Breque, Egberto Gismonti e misturava isso com bandas internacionais como The Who.
Foi da dupla formada com Samuel que saiu a ideia de colocar vozes femininas: mais de 300 candidatas se ofereceram à vaga. Anos depois, a rádio montaria uma grade totalmente formada por locutoras.
As vinhetas da Fluminense FM também denunciavam o espírito: “Fluminense FM: Ousada” e “Fluminense FM: Alternativa” eram algumas das apresentações conceituais da rádio. Foi em uma dessas experiências que surgiu a ideia de chamar de “maldita”.
“A cultura maldita é aquela não reconhecida pelo esquemão”, disse Luiz Antonio Mello.
Em 2018, Tetê Mattos lançou “A Maldita”, documentário que contava a trajetória da Fluminense FM e dedicava espaço à biografia de Luiz Antonio Mello:
Em 2024, outro longa: “Aumenta que é Rock And Roll”, produzido pela Globo Filmes e com direção de Tomás Portella (“Impuros”), destaca a história de um jovem jornalista que passaria a comandar uma rádio em Niterói. O filme está disponível para locação no You Tube.